domingo, 23 de maio de 2010

VERBO

É uma palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno.

AÇÃO: O menino correu para pegar o ônibus.
ESTADO: Como estavam velhos!
FENÔMENO: Nevou em São Joaquim.

O verbo é palavra indispensável na organização do período. Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com efeito, o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz. Ao conjunto ordenado das flexões ou formas de um verbo dá-se o nome de conjugação.



1. NÚMEROS
Como as outras palavras variáveis, o verbo admite dois números: o singular e o plural. Dizemos que ele está no singular quando se refere a uma só pessoa ou coisa e, no plural, quando se refere a mais de uma pessoa ou coisa.

SINGULAR: gosto, gostas, gosta
PLURAL: gostamos, gostais, gostam

2. PESSOAS
O verbo possui três pessoas: a primeira, segunda e terceira.

PRIMEIRA: representada pelos pronomes eu (singular) e nós (plural)
eu gosto
nós gostamos

SEGUNDA: representada pelos pronomes tu (singular) e vós (plural)
tu gostas
vós gostais

TERCEIRA: representada pelos pronomes ele (singular) e eles (plural)
ele gosta
eles gostam

3. TEMPOS VERBAIS
Os tempos situam o fato ou ação verbal dentro de determinado momento (durante o ato da comunicação, antes ou depois dele). São três os tempos verbais:

PRESENTE = Um fato ocorrido no momento em que se fala.
Agora eu leio.

PRETÉRITO (PASSADO) = Um fato ocorrido antes do momento em que se fala.
Imperfeito:
Depois de entrar, ele trancava a porta.
Perfeito:
Ele trancou a porta.
Mais-que-perfeito:
Quando cheguei, ele já trancara a porta.

FUTURO = Um fato ocorrido após o momento em que se fala.
Do presente:
Beatriz ganhará o prêmio.
Do pretérito:
Beatriz ganharia o prêmio.

4. MODOS DO VERBO
Chamam-se MODOS as diferentes formas que o verbo toma para indicar a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição, de mando, etc.) da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. São três os modos do verbo:

INDICATIVO = Exprime um fato certo, positivo:
Vou
hoje.
Saíram
cedo.

SUBJUNTIVO = Enuncia um fato possível, duvidoso, hipotético:
É possível que chova.
Se você trabalhasse. não passaria fome.

IMPERATIVO = Exprime ordem, proibição, conselho, pedido:
Volte
logo.
Não fiquem aqui.
Sejam
prudentes.

5. FORMAS NOMINAIS
Além desses três modos, existem as formas nominais do verbo, que enunciam simplesmente um fato, de maneira vaga, imprecisa, impessoal. São formas nominais do verbo:

O INFINITIVO
gostar, vender, partir

O GERÚNDIO
gostando, vendendo, partindo

O PARTICÍPIO
gostado, vendido, partido

6. VOZES DO VERBO
O fato expresso pelo verbo pode ser representado de três formas:

a) praticado pelo sujeito: (
VOZ ATIVA)
João feriu pedro. (aqui o sujeito é agente, faz a ação verbal)

b) sofrido pelo sujeito: (
VOZ PASSIVA)
Pedro foi ferido por joão. (aqui o sujeito é paciente, sofre a ação verbal)

A voz passiva, geralmente, é formada pelo verbo auxiliar SER + PARTICÍPIO DO VERBO PRINCIPAL. (
VOZ PASSIVA ANALÍTICA)
A criança era conduzida pelo pai.

Como visto no exemplo, o verbo pode vir acompanhado de um agente, chamado agente da passiva. Este agente da passiva é o sujeito da voz ativa:
O pai conduzia a criança.

A passiva analítica, menos frequentemente, pode ser construída com outros verbos auxiliares:
A aldeia estava isolada pelas águas.
O cachorro ficou esmagado pela roda do ônibus.


A voz passiva também pode ser formada com a partícula apassivadora, com verbos transitivos diretos, denominando-se VOZ PASSIVA SINTÉTICA:
Vendem-se casas. (sujeito = casas)
Consertam-se fogões. (sujeito = fogões)
Regam-se as plantas de manhã cedo. (sujeito = as plantas)

Para se descobrir o sujeito de uma voz passiva sintética, transforma-se a frase em voz passiva analítica:
Casas são vendidas. (sujeito = casas)
Fogões são consertados. (sujeito = fogões)
As plantas são regadas de manhã cedo. (sujeito = as plantas)

Obs: O voz passiva acontece com verbos transitivos diretos.

c) praticado e sofrido pelo sujeito: (VOZ REFLEXIVA)
João feriu-se. (aqui o sujeito é agente e paciente, faz e sofre a ação verbal)

O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos me, te, se, nos, vos, se. Esses pronomes são reflexivos quando se lhes pode acrescentar a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos, a vós mesmos, a si mesmos, respectivamente.
Olhou-se no espelho. (olhou a si mesmo)

7. VERBOS AUXILIARES
São os verbos que se juntam a uma forma nominal de outro verbo para constituir a voz passiva, os tempos compostos e as locuções verbais:
Somos castigados pelos nossos erros.
Tenho estudado muito esta semana.
O secretário vai anunciar os resultados.



8. CONJUGAÇÕES
Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo:

a) Os da primeira conjugação terminar em
-ar: cantar, amar, gostar.
b) Os da segunda conjugação terminam em
-er: vender, perder, sofrer.
c) Os da terceira conjugação terminam em
-ir: partir, sair, vir.

Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática:

A
- 1ª conjugação: cantar
E
- 2ª conjugação: vender
I
- 3ª conjugação: partir

Ao radical acrescido de vogal temática chama-se tema. Nos verbos supracitados os temas são canta, vende, parti.

9. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO
Devemos saber de que um verbo é composto. Ele possui na sua estrutura um radical, elemento básico, e uma terminação, que varia para indicar o tempo e o modo, a pessoa e o número. Vejamos alguns exemplos:
RADICAL - TERMINAÇÃO
cant - ar
vend - er
part - ir
cant - avas
vend - ia
part - ímos

Na terminação, encontramos alguns desses elementos:
Vogal temática: Caracteriza a conjugação
Desinência modo-temporal: Indica o modo e o tempo do verbo: na forma andaSSEmos, por exemplo, o elemento destacado denota o pretérito imperfeito do subjuntivo
Desinência número-pessoal: na forma andasseMOS, por exemplo, o elemento destacado configura a primeira pessoa do plural.

10. TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS
Os tempos são divididos em primitivos e derivados. Os primitivos são:
- o presente do infinitivo impessoal: amar, caber,...
- o presente do indicativo (1ª e 2ª pessoas do singular e 2ª do plural): digo, dizes, dizeis
- o pretérito perfeito do indicativo (3ª pessoa do plural): disseram

Os tempos derivados são formados a partir do radical dos primitivos. Observem:
1) O presente do infinitivo do verbo forma:
Exemplo: Caber
a) o pretérito imperfeito: cabia, cabias,...
b) o futuro do presente: caberei, caberás,...
c) o futuro do pretérito: caberia, caberias,...
d) o infinitico pessoal: caber, caberes,...
e) o gerúndio: cabendo
f) o particípio: cabido

2) O presente do indicativo forma:
Exemplo: digo, dizes, dizeis
a) o presente do subjuntivo: digo -> digas, digas...
b) o imperativo afirmativo: dizes -> dize; dizeis (dizei)

3) o pretérito perfeito do indicarivo forma:
Exemplo: disseram
a) o pretérito mais-que-perfeito do indicativo: dissera, disseras...
b) o pretérito imperfeito do subjuntivo: dissesse, dissesses...
c) o futuro do subjuntivo: disser, disseres...

11. FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
Existe o imperativo afirmativo e o negativo.
O imperativo afirmativo é formado pelas segundas pessoas do presente do indicativo sem o s final e o restante das pessoas pelo presente do subjuntivo. O negativo é formado por todas as pessoas do presente do subjuntivo.
VERBO AMAR (IMPERATIVO AFIRMATIVO)
Tu amas (pres. indicativo) -> ama tu
Que ele ame (pres. subjuntivo) -> ame você
Que nós amemos (pres. subj.) -> amemos nós
Vós amais (pres. ind.) -> amai vós
Que eles amem (pres. subj.) -> amem vocês

VERBO AMAR (IMPERATIVO NEGATIVO)
Que tu ames -> não ames tu
Que ele ame -> não ame você
Que nós amemos -> não amemos nós
Que vós ameis -> não ameis vós
Que eles amem -> não amem vocês

ATENÇÃO!!
O verbo ser no imperativo afirmativo faz, excepcionalmente, sê (tu), sede (vós).
O imperativo não possui a primeira pessoa do singular (1ª) nem as terceiras pessoas (3ª). As formas verbais correspondentes aos pronomes de tratamento (você, vocês), embora revistam aspecto de terceira pessoa, verdadeiramente referem-se à segunda pessoa do discurso.


12. TEMPOS COMPOSTOS

Existem tempos compostos da voz ativa, passiva e as locuções verbais.

a) Tempos compostos da voz ativa - São constituídos de formas do verbo ter ou haver, seguidos do particípio do verbo principal:


a.1) Pretérito perfeito composto (presente do indicativo + particípio)
Tenho cantado
Tens cantado
Tem cantado
Temos cantado
Tendes cantado
Têm cantado


a.2) Pretérito mais-que-perfeito composto (imperfeito do indicativo + particípio)
Tinha vendido
Tinhas vendido
Tinha vendido
Tínhamos vendido
Tínheis vendido
Tinham vendido


a.3) Futuro do presente composto (fururo do presente simples + particípio)
Terei partido
Terás partido
Terá partido
Teremos partido
Tereis partido
Terão partido


a.4) Futuro do pretérito composto (futuro do pretérito simples + particípio)
Teria estudado
Terias estudado
Teria estudado
Teríamos estudado
Teríeis estudado
Teriam estudado


a.5) Pretérito perfeito (presente do subjuntivo + particípio)
Tenha cantado
Tenhas cantado
Tenha cantado
Tenhamos cantado
Tenhais cantado
Tenham cantado


a.6) Pretérito mais-que-perfeito (imperfeito do subjuntivo + particípio)
Tivesse vendido
Tivesses vendido
Tivesse vendido
Tivéssemos vendido
Tivésseis vendido
Tivessem vendido


a.7) Futuro composto (futuro simples do subjuntivo + particípio)
Tiver partido
Tiveres partido
Tiver partido
Tivermos partido
Tiverdes partido
Tiverem partido


a.8) Infinitivo impessoal composto ou Pretérito impessoal (infinito impessoal + particípio)
Ter cantado - Ter vendido - Ter partido - Ter estudado


a.9) Infinitivo pessoal composto ou Pretérito pessoal (infinitivo pessoal + particípio)
Ter estudado
Teres estudado
Ter estudado
Termos estudado
Terdes estudado
Terem estudado


a.10) Gerúndio composto ou Pretérito (gerúndio + particípio)
Tendo cantado - Tendo vendido - Tendo partido - Tendo estudado


b) Tempos compostos da voz passiva - Formam-se com o concurso simultâneo dos auxiliares ter (ou haver) e ser, seguido do particípio do verbo principal. Observem que, para compor estes tempos, basta acrescentar o particípio do verbo SER entre o verbo ter (ou haver) mais o particípio do verbo principal.

b.1) Pretérito perfeito composto (presente do indicativo + particípio de SER + particípio do principal)
Tenho sido guiado
Tens sido guiado
Tem sido guiado
Temos sido guiados
Tendes sido guiados
Têm sido guiados


b.2) Pretérito mais-que-perfeito composto (imperfeito do indicativo + particípio de SER + particípio do principal)
Tinha sido guiado
Tinhas sido guiado
Tinha sido guiado
Tínhamos sido guiados
Tínheis sido guiados
Tinham sido guiados


b.3) Futuro do presente composto (futuro do presente simples + particípio de SER + particípio do principal)
Terei sido guiado
Terás sido guiado
Terá sido guiado
Teremos sido guiados
Tereis sido guiados
Terão sido guiados


b.4) Futuro do pretérito composto (futuro do pretérito simples + particípio de SER + particípio do principal)
Teria sido guiado
Terias sido guiado
Teria sido guiado
Teríamos sido guiados
Teríeis sido guiados
Teriam sido guiados


b.5) Pretérito perfeito (presente do subjuntivo + particípio de SER + particípio do principal)
Tenha sido guiado
Tenhas sido guiado
Tenha sido guiado
Tenhamos sido guiados
Tenhais sido guiados
Tenham sido guiados


b.6) Pretérito mais-que-perfeito (imperfeito do subjuntivo + particípio de SER + particípio do principal)
Tivesse sido guiado
Tivesses sido guiado
Tivesse sido guiado
Tivéssemos sido guiados
Tivésseis sido guiados
Tivessem sido guiados


b.7) Futuro composto (futuro simples do subjuntivo + particípio de SER + particípio do principal)
Tiver sido guiado
Tiveres sido guiado
Tiver sido guiado
Tivermos sido guiados
Tiverdes sido guiados
Tiverem sido guiados


b.8) Infinitivo impessoal composto ou Pretérito impessoal (infinito impessoal + particípio de SER + particípio do principal)
Ter sido guiado


b.9) Infinitivo pessoal composto ou Pretérito pessoal (infinitivo pessoal + particípio de SER + particípio do principal)
Ter sido guiado
Teres sido guiado
Ter sido guiado
Termos sido guiados
Terdes sido guiados
Terem sido guiados


b.10) Gerúndio composto ou Pretérito (gerúndio + particípio de SER + particípio do principal)
Tendo sido guiado


c) Locuções verbais - Constituída de um verbo auxiliar seguido de gerúndio ou infinitivo do verbo principal:
Tenho de ir hoje
Não devem hesitar
Sandra veio correndo
O jornal voltou a circular




13. VERBOS REGULARES - São aqueles que mantêm o radical inalterado durante a conjugação, e as desinências são idênticas às do verbo paradigma. Verbo paradigma é aquele que serve de modelo à conjugação. Cantar, por exemplo, é verbo paradigma da 1ª conjugação; vender, da 2ª, e partir, da 3ª.


14. VERBOS IRREGULARES - São aqueles que sofrem modificação no radical ou os que têm a desinência diferente do do verbo paradigma. Ex:
Irregularidade no radical: sent-ir (sint-o), diz-er (dig-o);
Irregularidade na desinência: est-ar (est-ou), t-er (t-enho) - observem que a desinência do verbo paradigma, neste caso, é cant-o.
Irregularidades tanto no radical quanto na desinência: traz-er (troux-e).


15. VERBOS ANÔMALOS - São os que, durante a conjugação, apresentam radicais totalmente diferentes. Só existem dois:
- Ser: sou, és, fui
- Ir: vou, ia, fui.


16. VERBOS DEFECTIVOS - São aqueles que não possuem algum tempo, algum modo ou alguma pessoa. Os principais são:

- Todos que indicam fenômeno da natureza: chover, ventar, nevar, etc. (Só aceitam conjugação completa quando usados em sentido figurado)
Ex:
Ao final do jogo, choveram garrafas e pedras no árbitro


- Os verbos haver (quando sinônimo de fazer, existir, acontecer, realizar-se) e fazer (em orações que dão ideia de tempo).
Ex:
Há muitas pessoas na fila.
Faz frio nesta região


- Todos os verbos unipessoais, isto é, os que só se conjugam na 3ª pessoa (do singular e do plural ou somente do singular).
Ex:
Os cães latiram a noite toda
Convém chamarmos a polícia


- Alguns verbos da 3ª conjugação, tais como abolir, aturdir, colorir, demolir, emergir, falir, florir, remir, ressarcir, etc.

- Os verbos precaver-se e reaver, que no presente do indicativo só têm as primeiras pessoas do plural:
precavemo-nos, precavei-vos
reavemos, reaveis


No imperativo afirmativo só têm a 2ª pessoa do plural:
prevavei-vos, reavei


Não têm imperativo negativo nem presente do subjuntivo. No mais, são conjugados normalmente.

17. VERBOS ABUNDANTES - São os que têm duas ou mais formas equivalentes, geralmente de particípio. Ex:
- Havemos e hemos: 1ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo haver
- Haveis e heis: 2ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo haver
- Entupes e entopes: 2ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo entupir
- Elegido e eleito: particípios regular e irregular do verbo eleger
- Acendido e aceso: particípios regular e irregular do verbos acender

18. VERBOS PRONOMINAIS: essenciais e acidentais - São os que sempre se conjugam com pronome de mesma pessoa que a do sujeito.
Essencias - São os que sempre se conjugam com pronome.
Suicidar-se
Arrepender-se
Queixar-se


Os pronomes que os acompanham são chamados integrantes do verbo ou fossilizados, exatamente pelo fato de fazerem parte integrante do verbo.

Acidentais - São os que ora aparecem com pronome, ora não.

Lavar-se
Amar-se
Levantar-se


Note que podemos dizer:
Paulinho se lavou
ou
Paulinho lavou os pés.


19. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS

19.1 Formas rizotônicas - São as formas verbais que têm o acento prosódico no radical. Ex: canto, cantas, canta, cantam.
19.2 Formas arrizotônicas - São as formas verbais que têm o acento prosódico fora do radical. Ex: cantamos, cantais.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 8 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 10 da prova do CESPE - AGU (2010)
Questão 8 da prova do CESGRANRIO - PETROBRAS SUPERIOR (2012)
Questão 10 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 12 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 44 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 17, 18 e 19 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 5 da prova da CESPE - EMBASA (2009)
Questão 5, 8, 10, 17, 18, 28 e 30 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 08, 15 e 20 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 6 e 7 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 66, 68 e 70 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 34 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)
Questão 2 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)
Questão 23 da prova da AOCP - PRODEB (SUPERIOR 2008)

Você também pode se iinteressar pela classificação das orações.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES

Em análise sintática, já falamos um pouco sobre frase, oração e período. Agora, preocupar-nos-emos apenas com a classificação das orações. As orações podem ser coordenadas ou subordinadas.


ORAÇÃO COORDENADA

É a oração que se une a uma outra , também coordenada, sem lhe representar um termo sintático. É, portanto, independente. Podem ser:

ASSINDÉTICAS - Se estiverem, simplesmente, justapostas, isto é, colocadas uma ao lado da outra, sem qualquer conectivo que as enlace:
Será uma vida nova, / começará hoje, / não haverá nada pra trás.

SINDÉTICAS - Quando se prendem às outras pelas conjunções coordenativas:
A Grécia seduzia-o, / mas Roma dominava-o.

As Sindéticas classificam-se em:
Aditivas - Expressam adição, sequencia de fatos ou pensamentos.
A doença vem a cavalo e volta a pé.
Adversativas - Exprimem contraste, oposição, ressalva.
A espada vence, mas não convence.
Alternativas - Exprimem alternância, alternativa, exclusão.
Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.
Conclusivas - Expressam conclusão, dedução, consequencia.
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
Explicativas - Exprimem explicação, motivo, razão.
Leve-lhe uma lembraça, que ela aniversaria amanhã.


ORAÇÃO SUBORDINADA

É a oração que representa um termo sintático de uma outra oração, que se diz principal. Podem ser:
Substantivas - Exercem as funções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, aposto).
Peço / que desistas.
Adjetivas - Exercem a função dos adjetivos (adjunto adnominal).
Pessoa / que mente / não merece fé. (pessoa mentirosa)
Adverbiais - Exercem a função dos advérbios (adjunto adverbial).
Chegamos / quando anoitecia.

SUBSTANTIVAS

Um método prático para identidicar este tipo de oração é trocando-a pelo pronome ISSO. Classificam-se em:
Subjetivas, quando exercem função de sujeito:
É certo / que a presença do dono o sossegava um pouco.
(ISSO é certo)

Objetivas diretas, quando exercem a função de objeto direto:
Respondi-lhe / que já tinha lido a receita em qualquer parte.
(Respondi-lhe ISSO)

Objetivas indiretas, quando exercem a função de objeto indireto:
Não me esqueço / de que estavas doente / quando ele nasceu.
(Não me esqueço DISSO ...)

Completivas nominais, quando exercem a função de complemento nominal:
Ele tem a mania / de que alho faz bem à saúde!
(Ele tem a mania DISSO)

Predicativas, quando exercem a função de predicativo:
A verdade é / que eu ia falar outra vez de Noêmia.
(A verdade é ISSO)

Apositivas, quando exercem a função de aposto:
Só dizia uma coisa: / que venceria os obstáculos.
(Só dizia uma coisa: ISSO)

Agentes da passiva, quando exercem a função de agentes da passiva.
O quadro foi comprado / por quem o fez.
(O quadro foi comprado por ISSO)

ADJETIVAS
São orações iniciadas por pronome relativo (que, onde, etc.). Podem ser:


Orações subordinadas adjetivas restritivas
Há saudades que a gente nunca esquece.

ATENÇÃO!! Essas orações restringem, limitam a significação do antecedente e não podem vir entre vírgulas.

Orações subordinadas adjetivas explicativas
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.

ATENÇÃO!! Essas orações explicam, esclarecem o termo antecedente e devem ser separadas por vírgulas.


ADVERBIAIS

Classificam-se de acordo com as conjunções que as introduzem. Podem ser, segundo Cegalla:

Causais
- exprimem causa, motivo, razão:
O tambor soa porque é oco.


Comparativas
- representam o segundo termo de uma comparação:
Certos cantores gesticulam mais do que cantam.

O esquilo é tão ágil quanto o macaco.


Concessivas
- exprime um fato que se concede em oposição ao da oração principal:
Embora não possuísse informações seguras
, ainda assim arriscou uma opinião.


Condicionais
- exprimem condição, hipótese:
Que diria o pai se soubesse disso?


Conformativas
- exprimem conformidade de um fato com outro:
Consoante opinam alguns
, a História se repete.


Consecutivas
- exprimem uma consequência, um efeito ou resultado:
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.


Finais
- exprimem finalidade, objetivo:
Fiz-lhe sinal que se calasse.


Proporcionais
- denotam proporcionalidade:
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai diminuindo.


Temporais
- indicam o tempo em que se realiza o fato na oração principal:
Sempre que vou à cidade
, passo pelas livrarias.


Modais
- exprimem modo, maneira: (não estão consignadas na NGB)
Entrou na sala sem que nos comprimentasse.


Locativas
- equivalem a um adjunto adverbial de lugar e são iniciadas pelo advérbio onde que pode vir precedido de preposição: (não são mencionadas na NGB)
Venha por onde eu passar.



ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA EXPLICATIVA X ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL
Observem os exemplos e vejam o que primeiro acontece neles:

1) O tambor soa porque é oco
2) Não vou à praia que o tempo está feio
3) Não saia agora, que vai chover
4) Ela chorou, que eu vi

Os exemplos 1 e 2 são de orações subordinadas adverbiais causais. A causa acontece primeiro e depois vem o efeito dela.

Primeiro o tambor é feito com uma forma oca.
Depois o som que ele produz ecoa.
Primeiro o tempo fica feio
Depois eu resolvo não ir à praia

As vírgulas, nestes casos, não aparecem porque estão no sentido direto (principal+subordinada). Se houver anteposição, a vírgula será obrigatória.

Os exemplos 3 e 4 são de orações coordenadas sindéticas explicativas. A explicação acontece depois.

Primeiro eu não saio
Depois vai chover
Primeiro ela chora
Depois eu vejo (a causa do choro é outra: uma queda, uma emoção, mas ela não chora porque eu vejo)

As vírgulas nestes casos são obrigatórias.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

VÍCIOS DE LINGUAGEM

Vícios de linguagem é o nome genérico de qualquer desvio da norma gramatical. São eles:

BARBARISMO
- É desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em:

1. Cacografia - é a má grafia ou má flexão de uma palavra:
flexa - em vez de flecha
deteu - em vez de deteve

2. Cacoépia - é o erro de pronúncia:
marvado - em vez de malvado

ATENÇÃO!! Ortoépia é a parte da gramática que estuda a correta pronúncia das palavras.

3. Silabada - é o erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras:
púdico - em vez de pudico
rúbrica - em vez de rubrica

ATENÇÃO!! Prosódia é a parte da gramática que estuda a correta pronúncia das palavras quanto à sua acentuação tônica.

Obs: Também é considerado barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras na língua, quando elas já foram aportuguesadas:
Garage - em vez de garagem.

SOLECISMO - é qualquer erro de sintaxe. Pode ser:
Haviam muitos erros - em vez de Havia muitos erros.

2. de regência:
Assistimos o filme - em vez de Assistimos ao filme.

3. de colocação:
Escreverei-te logo - em vez de Escrever-te-ei logo.

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA - é o duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

CACOFONIA - som estranho, ridículo, que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

Quando o som é indelicado, recebe o nome especial de cacófato:
Ele nunca ganha.

Obs: O eco, repetição de uma vogal formando rima, pode ser considerado um
tipo de cacofonia:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

PLEONASMO VICIOSO OU REDUNDÂNCIA - é a repetição desnecessária de uma ideia:
Descer para baixo.
Subir para cima.
Os policiais entraram dentro da casa.

NEOLOGISMO (palavra nova) - é o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Joaquina “ta embuchada” de três meses. (grávida)


Você também pode se interessar pelo novo acordo ortográfico.

sábado, 2 de maio de 2009

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O que mudou com o novo acordo? O objetivo deste tópico é mostrar, de forma sucinta, quais foram as mudanças que o novo acordo trouxe para a unificação da língua portuguesa. Para saber mais sobre cada tópico, consulte neste blog o tópico referente ao assunto desejado.

MUDANÇAS
ALFABETO
O alfabeto passa a ter 26 letras com a introdução oficial de K, W e Y. Sendo assim, o alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

1) Some o acento dos ditongos “éi” e “ói” de palavras paroxítonas.

Antes: jibóia, assembléia, idéia, heróico.
Depois: jiboia, assembleia, ideia, heroico.

ATENÇÃO! Só desaparece o acento das palavras paroxítonas. As oxítonas continuam acentuadas.

Ex: papéis, herói, dói.

2) Não se acentuam mais o “i” e “u” tônicos (hiato) depois de ditongo nas palavras paroxítonas.

Antes: baiúca, feiúra.
Depois: baiuca, feiura.

ATENÇÃO! Apenas nas palavras paroxítonas. Nas oxítonas, o acento continua como na palavra Piauí.

3) Não se usa mais o acento das palavras terminadas em –êem e ôo(s).

Antes: vêem, lêem, crêem, dêem, vôo.
Depois: veem, leem, creem, deem, voo.

4) Some o acento diferencial das formas pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pólo/polo e pêra/pera.

Antes: pára, péla, pêlo, pólo e pêra.
Depois: para, pela, pelo, polo e pera.

ATENÇÃO! O acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma pode ser usado opcionalmente. Indica-se o uso do acento para conferir maior clareza:

A forma daquela fôrma é bastante irregular.

5) Desaparece o acento agudo no “u” forte dos grupos que/qui/gue/gui de verbos como apaziguar, averiguar, arguir.

Antes: apazigúe, averigúe, argúi.
Depois: apazigue, averigue, argui.

TREMA
Deixa de ser usado em todas as palavras.

Antes: Agüentar, lingüiça, seqüestro.
Depois: Aguentar, linguiça, sequestro.

Veja mais detalhes na página de acentuação gráfica


HÍFEN
Veja como ficam as principais regras:

PREFIXOS

COM HÍFEN

auto, contra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra, extra, anti, ante, arqui, sobre, co, aero, agro, eletro, entre, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, pluri, retro, tele.

Antes de segundo elemento iniciado por h ou vogal igual à do prefixo: anti-higiênico, ultra-humano, co-herdeiro, arqui-inimigo, auto-observação, micro-ondas, mini-hotel.

hiper, inter, super

Quando o segundo elemento começa com h ou r: super-homem, inter-racial

circum, pan

Quando a palavra seguinte começa com h, m, n ou vogal: pan-americano, circum-navegação, circum-escolar.

sub

Quando a palavra seguinte começa com b, h ou r: sub-base, sub-reino, sub-humano.

mal

Antes de segundo elemento iniciado por vogal, h ou l: mal-humorado, mal-localizado, mal-amado.

ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice

Sempre

Exceção:O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
Obs 1: Usa-se o hífen com os prefixos quando o segundo elemento começa por h.
Obs 2: Usa-se o hífen quando o prefixo termina pela mesma vogal ou mesma consoante com que se inicia o segundo elemento.


Você também pode se interessar por análise sintática.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

ANÁLISE SINTÁTICA

A análise sintática examina a estrutura de um período que pode ser dividido em orações e determina a função sintática dos termos de cada oração. Neste texto, daremos uma breve noção do que é frase, oração, período e falaremos dos termos que compõem as orações:

TERMOS ESSENCIAIS
Sujeito
Predicado
Predicativo

TERMOS INTEGRANTES
Objeto direto
Objeto direto preposicionado
Objeto direto pleonástico
Objeto indireto
Objeto indireto pleonástico
Complemento nominal
Agente da passiva

TERMOS ACESSÓRIOS
Adjunto adnominal
Adjunto adverbial
Aposto
Vocativo

Abordaremos o período composto por coordenação e o por subordinação na página de classificação das orações. Uma outra postagem deste blog trata da análise de orações, uma revisão de muitos assuntos vistos aqui.

FRASE
É todo enunciado capaz de transmitir tudo que pensamos a quem nos ouve:
Cuidado!
Que horror!
Por que agridem a natureza?

ORAÇÃO
É a frase que apresenta sujeito e predicado ou apenas predicado:
Nossa viagem será longa.
Choveu durante a noite.

PERÍODO
É um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma oração). De uma forma prática, cada oração é organizada em torno de um verbo:
Período simples:
O amor vence sempre.
Período composto:
O comandante garante que a tropa chegará a tempo.

Notem que, no simples, só existe um verbo ou locução verbal. Pode ser chamado também de oração absoluta. No composto, existem 2 ou mais verbos ou locuções verbais. No exemplo acima, temos a oração principal (O comandante garante) e a segunda oração, que, no caso, é subordinada (que a tropa chegará a tempo). Observem que cada oração tem seu verbo. Orações coordenadas e subordinadas fazem parte do período composto e serão estudadas em outros artigos deste blog. Passaremos, agora, ao estudo dos termos que integram a análise sintática, com uma abordagem fácil e descomplicada.


TERMOS ESSENCIAIS

SUJEITO
É o ser do qual se diz alguma coisa. É constituído de um nome, pronome ou qualquer termo substantivado. O sujeito possui um núcleo que é o nome ou pronome e ao redor dele podem aparecer palavras secundárias como artigos e adjetivos:
Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.
Sujeito: Todos os ligeiros rumores da mata.
Núcleo do sujeito: rumores
O sujeito pode ser:

simples ou composto


Simples
Um só núcleo do sujeito:
O gato bebeu o leite.

Composto
Mais de um núcleo:
Jairo e Mônica foram à escola juntos.

expresso ou oculto

Expresso
Quando está explícito:
Eu viajarei amanhã.

Oculto
Quando está implícito:
Viajarei amanhã. (sujeito oculto: Eu, deduzido da desinência do verbo)

agente, paciente ou agente e paciente

Agente
Aquele que pratica a ação imposta pelo verbo:
O remorso atormenta o criminoso.

Paciente
Aquele que sofre a ação:
O criminoso é atormentado pelo remorso.

Agente e apaciente
Aquele que pratica e sofre a ação imposta por verbos reflexivos:
O vidraceiro feriu-se.

indeterminado 
Quando não se indica o agente da ação verbal. Pode-se apresentar de três formas:
1) Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural:
Atropelaram uma senhora na esquina.
2) Usando-se o verbo (transitivo indireto ou intransitivo) na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se, que neste caso
passa a ser índice de indeterminação do sujeito:
Aqui se vive bem.

3) Segundo Cegalla, usando-se o verbo no infinitivo impessoal:
É triste assistir a estas cenas repulsivas.

Obs: Neste item 3, é importante deixar claro que o  sujeito indeterminado é referente ao verbo assistir.

Orações sem sujeito
São constituídas com verbos impessoais. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser:
Ventava muito durante o desfile.
São verbos impessoais:1) Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Havia quadros nas paredes.

2) Fazer, passar, ser e estar com referência ao tempo:
Faz muito calor naquela cidade.

3) Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos:
Ontem choveu muito.

ATENÇÃO: Usados em sentido figurado, esse verbos têm sujeito.
Choveram pétalas sobre a imagem da santa.

PREDICADO
Há três tipos de predicado na análise sintática:
Nominal
Verbal
Verbo-nominal

PREDICADO NOMINAL
Seu núcleo é um nome (substantivo, adjetivo, pronome). É ligado ao sujeito por um verbo de ligação:
Nossas praias são lindíssimas.

Sujeito: Nossas praias
Núcleo do sujeito: praias
Predicado nominal: são lindíssimas
Verbo de ligação: são
Predicativo do sujeito: lindíssimas

ATENÇÃO: O predicativo do sujeito é uma qualidade ligada ao sujeito pelo verbo de ligação. São verbos de ligação: ser, estar, permanecer, ficar, parecer, etc.

PREDICADO VERBAL
Seu núcleo é um verbo seguido ou não de complemento ou termos acessórios. Classifica-se em:
Intransitivo
Transitivo direto
Transitivo indireto
Transitivo direto e indireto

Intransitivo
O verbo não precisa de complemento.
Carlos morreu.

Sujeito: Carlos
Predicado verbal: morreu (verbo intransitivo)

Transitivo direto
O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma direta, ou seja, sem o auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto direto.
Comprei um novo aparelho.

Sujeito: Eu (oculto)
Predicado verbal: comprei um novo aparelho.
Verbo transitivo direto: comprei
Objeto direto: um novo aparelho.

Transitivo indireto
O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma indireta, ou seja, com o auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto indireto.
Todos precisam de afeto.

Sujeito: Todos
Predicado verbal: precisam de afeto
Verbo transitivo indireto: precisam
Objeto indireto: de afeto

Transitivo direto e indireto
O verbo necessita dos dois complementos: o direto e o indireto.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.

Sujeito: A empresa
Núcleo do sujeito: empresa
Predicado verbal: fornece comida aos trabalhadores
Verbo transitivo direto e indireto: fornece
Objeto direto: comida
Objeto indireto: aos trabalhadores

PREDICADO VERBO-NOMINAL
Tem dois núcleos significativos: um verbo e um nome. Formado por um verbo transitivo ou intransitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Isabel fez os doces nervosa.
Sujeito: Isabel
Predicado verbo-nominal: fez os doces nervosa
Verbo transitivo direto: fez
Objeto direto: os doces
Predicativo do sujeito: nervosa (...fez os doces e estava nervosa)

A ganância deixou pobre o avarento comerciante.

Sujeito: A ganância
Núcleo do sujeito: ganância
Predicado verbo-nominal: deixou pobre o avarento comerciante
Verbo transitivo direto: deixou
Objeto direto: o avarento comerciante
Predicativo do objeto: pobre

ATENÇÃO!! O predicativo do objeto é uma qualidade ligada ao objeto: O avarento comerciante está pobre.

PREDICATIVO
Há o predicativo do sujeito e do objeto.

PREDICATIVO DO SUJEITO
É o termo que exprime um atributo, qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo de ligação, que está presente no predicado nominal e no verbo-nominal.
A casa era de vidro.
A vida tornou-se insuportável.
A ilha parecia um monstro.
O menino abriu a porta ansioso.

PREDICATIVO DO OBJETO
É o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo.
O juiz declarou o réu inocente.
Alguns chamam-no (de) impostor.
Os inimigos chamam-lhe (de) traidor.
A mãe viu-o desanimado.



TERMOS INTEGRANTES

OBJETO DIRETO
É o complemento de verbos transitivos diretos. Este complemento, normalmente, vem ligado ao verbo sem auxílio de preposição.
João comprou uma bola.

ATENÇÃO!!
O objeto direto torna-se sujeito da voz passiva.
Uma bola foi comprada por João.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO
É o complemento de verbos transitivos diretos com o auxílio de preposição, geralmente a preposição a. Isso acontece principalmente:

1) quando o objeto direto é pronome pessoal tônico (obrigatoriamente preposicionado):
Deste modo, prejudicas a ti e a ela.

2) quando o objeto é pronome relativo quem (obrigatoriamente preposicionado):
Pedro Severiano tinha um filho a quem idolatrava.

3) Para evitar ambiguidades (obrigatoriamente preposicionado):
Convence, enfim, ao pai o filho amado.

4) Com os verbos que exprimem sentimentos, referindo-se a pessoas:
Judas traiu a Cristo.
Não amo a ninguém, Pedro.

OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO
Quando se quer chamar atenção para o objeto direto que precede o verbo, costuma-se repeti-lo por meio do pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou redundante.
O dinheiro, Jaime os trazia escondico nas mangas da camisa.

OBJETO INDIRETO
É o complemento de verbos transitivos indiretos. Esse complemento vem ligado ao verbo por meio de preposição.
Os filhos precisam de carinho.
Assisti ao jogo.

OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO
À semelhança do objeto direto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado por ênfase:
A mim ensinou-me tudo.

COMPLEMENTO NOMINAL
É o complemento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) sempre regido de preposição, reclamado pela sua significação transitiva incompleta. Representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome.
A defesa da pátria.
O respeito às leis.

ATENÇÃO!!
COMPLEMENTO NOMINAL X OBJETO INDIRETO
A diferença entre o complemento nominal e o objeto indireto é que este complementa verbos e aquele complementa nomes.

AGENTE DA PASSIVA
É o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passivo. Geralmente, vem acompanhado pela preposição por:
Uma bola foi comprada por João. (João praticou a ação de comprar)

ATENÇÃO!!
Na voz passiva pronominal ou sintética não se declara o agente:
Assobiavam-se as canções dele nas ruas.



TERMOS ACESSÓRIOS

ADJUNTO ADNOMINAL
É o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo. Pode ser expresso:

1) pelos adjetivos:
Na areia podemos fazer até castelos soberbos, onde abrigar o nosso íntimo sonho.

2) pelos artigos:
O ovo é a cruz que a galinha carrega na vida.

3) pelos pronomes adjetivos:
Vários vendedores de artesanato expunham suas mercadorias.

4) pelos numerais:
Casara-se havia duas semanas.

5) pelas locuções adjetivas:
Tinha uma memória de prodígio.

ATENÇÃO!!
ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO NOMINAL
Não se deve confundir o adjunto adnominal formado por locução adjetiva e o complemento nominal. Este é o paciente da ação expressa por um nome transitivo. Aquele representa o agente da ação ou a origem, qualidade de alguém ou de alguma coisa.
Eleição do presidente. (Presidente é paciente da eleição, sofre a ação)
Discurso do presidente. (Presidente é agente do discurso, pratica a ação)

O complemento nominal vem ligado por preposição ao substantivo, ao adjetivo ou ao advérbio cujo sentido integra ou limita. Já o adjunto adnominal serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo.

ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Pode vir representado:

1) por advérbio:
Aqui não passa ninguém.

2) por locução adverbial:
Lá embaixo aparece Jacarecanga sob o sol do meio-dia.

3) por oração adverbial:
Fechemos os olhos até que o sol comece a declinar.

APOSTO
É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração:
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.
Casas e pastos, árvores e planatações, tudo foi destruído pela enchente.
Prezamos acima de tudo duas coisas: a vida e a liberdade.
Minha irmã Beatriz é linda.

ATENÇÃO!!
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nestes casos, tem-se um predicativo.
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (Audaciosos = predicativo do sujeito)

VOCATIVO
[do latim vocare = chamar]
É o termo usado para chamar alguém ou alguma coisa.
A ordem, meus amigos, é a base do gorverno.
Meu nobre perdigueiro, vem comigo!

ATENÇÃO!!
O vocativo é um termo à parte. Não pertence à estrutura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 7 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 10 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 7 e 8 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 5, 6 e 13 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 34, 35, 37, 41 e 42 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 16 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 4 e 6 da prova da CESPE - EMBASA (2009)
Questão 10 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 16 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 68, 70 e 71 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 28, 29 e 30 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)
Questão 5 e 10 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)
Questão 10 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

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