domingo, 15 de fevereiro de 2009

ANÁLISE SINTÁTICA

A análise sintática examina a estrutura de um período que pode ser dividido em orações e determina a função sintática dos termos de cada oração. Neste texto, daremos uma breve noção do que é frase, oração, período e falaremos dos termos que compõem as orações:

TERMOS ESSENCIAIS
Sujeito
Predicado
Predicativo

TERMOS INTEGRANTES
Objeto direto
Objeto direto preposicionado
Objeto direto pleonástico
Objeto indireto
Objeto indireto pleonástico
Complemento nominal
Agente da passiva

TERMOS ACESSÓRIOS
Adjunto adnominal
Adjunto adverbial
Aposto
Vocativo

Abordaremos o período composto por coordenação e o por subordinação na página de classificação das orações. Uma outra postagem deste blog trata da análise de orações, uma revisão de muitos assuntos vistos aqui.

FRASE
É todo enunciado capaz de transmitir tudo que pensamos a quem nos ouve:
Cuidado!
Que horror!
Por que agridem a natureza?

ORAÇÃO
É a frase que apresenta sujeito e predicado ou apenas predicado:
Nossa viagem será longa.
Choveu durante a noite.

PERÍODO
É um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma oração). De uma forma prática, cada oração é organizada em torno de um verbo:
Período simples:
O amor vence sempre.
Período composto:
O comandante garante que a tropa chegará a tempo.

Notem que, no simples, só existe um verbo ou locução verbal. Pode ser chamado também de oração absoluta. No composto, existem 2 ou mais verbos ou locuções verbais. No exemplo acima, temos a oração principal (O comandante garante) e a segunda oração, que, no caso, é subordinada (que a tropa chegará a tempo). Observem que cada oração tem seu verbo. Orações coordenadas e subordinadas fazem parte do período composto e serão estudadas em outros artigos deste blog. Passaremos, agora, ao estudo dos termos que integram a análise sintática, com uma abordagem fácil e descomplicada.


TERMOS ESSENCIAIS

SUJEITO
É o ser do qual se diz alguma coisa. É constituído de um nome, pronome ou qualquer termo substantivado. O sujeito possui um núcleo que é o nome ou pronome e ao redor dele podem aparecer palavras secundárias como artigos e adjetivos:
Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.
Sujeito: Todos os ligeiros rumores da mata.
Núcleo do sujeito: rumores
O sujeito pode ser:

simples ou composto


Simples
Um só núcleo do sujeito:
O gato bebeu o leite.

Composto
Mais de um núcleo:
Jairo e Mônica foram à escola juntos.

expresso ou oculto

Expresso
Quando está explícito:
Eu viajarei amanhã.

Oculto
Quando está implícito:
Viajarei amanhã. (sujeito oculto: Eu, deduzido da desinência do verbo)

agente, paciente ou agente e paciente

Agente
Aquele que pratica a ação imposta pelo verbo:
O remorso atormenta o criminoso.

Paciente
Aquele que sofre a ação:
O criminoso é atormentado pelo remorso.

Agente e apaciente
Aquele que pratica e sofre a ação imposta por verbos reflexivos:
O vidraceiro feriu-se.

indeterminado 
Quando não se indica o agente da ação verbal. Pode-se apresentar de três formas:
1) Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural:
Atropelaram uma senhora na esquina.
2) Usando-se o verbo (transitivo indireto ou intransitivo) na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se, que neste caso
passa a ser índice de indeterminação do sujeito:
Aqui se vive bem.

3) Segundo Cegalla, usando-se o verbo no infinitivo impessoal:
É triste assistir a estas cenas repulsivas.

Obs: Neste item 3, é importante deixar claro que o  sujeito indeterminado é referente ao verbo assistir.

Orações sem sujeito
São constituídas com verbos impessoais. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser:
Ventava muito durante o desfile.
São verbos impessoais:1) Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Havia quadros nas paredes.

2) Fazer, passar, ser e estar com referência ao tempo:
Faz muito calor naquela cidade.

3) Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteorológicos:
Ontem choveu muito.

ATENÇÃO: Usados em sentido figurado, esse verbos têm sujeito.
Choveram pétalas sobre a imagem da santa.

PREDICADO
Há três tipos de predicado na análise sintática:
Nominal
Verbal
Verbo-nominal

PREDICADO NOMINAL
Seu núcleo é um nome (substantivo, adjetivo, pronome). É ligado ao sujeito por um verbo de ligação:
Nossas praias são lindíssimas.

Sujeito: Nossas praias
Núcleo do sujeito: praias
Predicado nominal: são lindíssimas
Verbo de ligação: são
Predicativo do sujeito: lindíssimas

ATENÇÃO: O predicativo do sujeito é uma qualidade ligada ao sujeito pelo verbo de ligação. São verbos de ligação: ser, estar, permanecer, ficar, parecer, etc.

PREDICADO VERBAL
Seu núcleo é um verbo seguido ou não de complemento ou termos acessórios. Classifica-se em:
Intransitivo
Transitivo direto
Transitivo indireto
Transitivo direto e indireto

Intransitivo
O verbo não precisa de complemento.
Carlos morreu.

Sujeito: Carlos
Predicado verbal: morreu (verbo intransitivo)

Transitivo direto
O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma direta, ou seja, sem o auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto direto.
Comprei um novo aparelho.

Sujeito: Eu (oculto)
Predicado verbal: comprei um novo aparelho.
Verbo transitivo direto: comprei
Objeto direto: um novo aparelho.

Transitivo indireto
O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma indireta, ou seja, com o auxílio de preposição. Este complemento chama-se objeto indireto.
Todos precisam de afeto.

Sujeito: Todos
Predicado verbal: precisam de afeto
Verbo transitivo indireto: precisam
Objeto indireto: de afeto

Transitivo direto e indireto
O verbo necessita dos dois complementos: o direto e o indireto.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.

Sujeito: A empresa
Núcleo do sujeito: empresa
Predicado verbal: fornece comida aos trabalhadores
Verbo transitivo direto e indireto: fornece
Objeto direto: comida
Objeto indireto: aos trabalhadores

PREDICADO VERBO-NOMINAL
Tem dois núcleos significativos: um verbo e um nome. Formado por um verbo transitivo ou intransitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Isabel fez os doces nervosa.
Sujeito: Isabel
Predicado verbo-nominal: fez os doces nervosa
Verbo transitivo direto: fez
Objeto direto: os doces
Predicativo do sujeito: nervosa (...fez os doces e estava nervosa)

A ganância deixou pobre o avarento comerciante.

Sujeito: A ganância
Núcleo do sujeito: ganância
Predicado verbo-nominal: deixou pobre o avarento comerciante
Verbo transitivo direto: deixou
Objeto direto: o avarento comerciante
Predicativo do objeto: pobre

ATENÇÃO!! O predicativo do objeto é uma qualidade ligada ao objeto: O avarento comerciante está pobre.

PREDICATIVO
Há o predicativo do sujeito e do objeto.

PREDICATIVO DO SUJEITO
É o termo que exprime um atributo, qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo de ligação, que está presente no predicado nominal e no verbo-nominal.
A casa era de vidro.
A vida tornou-se insuportável.
A ilha parecia um monstro.
O menino abriu a porta ansioso.

PREDICATIVO DO OBJETO
É o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo.
O juiz declarou o réu inocente.
Alguns chamam-no (de) impostor.
Os inimigos chamam-lhe (de) traidor.
A mãe viu-o desanimado.



TERMOS INTEGRANTES

OBJETO DIRETO
É o complemento de verbos transitivos diretos. Este complemento, normalmente, vem ligado ao verbo sem auxílio de preposição.
João comprou uma bola.

ATENÇÃO!!
O objeto direto torna-se sujeito da voz passiva.
Uma bola foi comprada por João.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO
É o complemento de verbos transitivos diretos com o auxílio de preposição, geralmente a preposição a. Isso acontece principalmente:

1) quando o objeto direto é pronome pessoal tônico (obrigatoriamente preposicionado):
Deste modo, prejudicas a ti e a ela.

2) quando o objeto é pronome relativo quem (obrigatoriamente preposicionado):
Pedro Severiano tinha um filho a quem idolatrava.

3) Para evitar ambiguidades (obrigatoriamente preposicionado):
Convence, enfim, ao pai o filho amado.

4) Com os verbos que exprimem sentimentos, referindo-se a pessoas:
Judas traiu a Cristo.
Não amo a ninguém, Pedro.

OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO
Quando se quer chamar atenção para o objeto direto que precede o verbo, costuma-se repeti-lo por meio do pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se pleonástico, enfático ou redundante.
O dinheiro, Jaime os trazia escondico nas mangas da camisa.

OBJETO INDIRETO
É o complemento de verbos transitivos indiretos. Esse complemento vem ligado ao verbo por meio de preposição.
Os filhos precisam de carinho.
Assisti ao jogo.

OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO
À semelhança do objeto direto, o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado por ênfase:
A mim ensinou-me tudo.

COMPLEMENTO NOMINAL
É o complemento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) sempre regido de preposição, reclamado pela sua significação transitiva incompleta. Representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome.
A defesa da pátria.
O respeito às leis.

ATENÇÃO!!
COMPLEMENTO NOMINAL X OBJETO INDIRETO
A diferença entre o complemento nominal e o objeto indireto é que este complementa verbos e aquele complementa nomes.

AGENTE DA PASSIVA
É o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passivo. Geralmente, vem acompanhado pela preposição por:
Uma bola foi comprada por João. (João praticou a ação de comprar)

ATENÇÃO!!
Na voz passiva pronominal ou sintética não se declara o agente:
Assobiavam-se as canções dele nas ruas.



TERMOS ACESSÓRIOS

ADJUNTO ADNOMINAL
É o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo. Pode ser expresso:

1) pelos adjetivos:
Na areia podemos fazer até castelos soberbos, onde abrigar o nosso íntimo sonho.

2) pelos artigos:
O ovo é a cruz que a galinha carrega na vida.

3) pelos pronomes adjetivos:
Vários vendedores de artesanato expunham suas mercadorias.

4) pelos numerais:
Casara-se havia duas semanas.

5) pelas locuções adjetivas:
Tinha uma memória de prodígio.

ATENÇÃO!!
ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO NOMINAL
Não se deve confundir o adjunto adnominal formado por locução adjetiva e o complemento nominal. Este é o paciente da ação expressa por um nome transitivo. Aquele representa o agente da ação ou a origem, qualidade de alguém ou de alguma coisa.
Eleição do presidente. (Presidente é paciente da eleição, sofre a ação)
Discurso do presidente. (Presidente é agente do discurso, pratica a ação)

O complemento nominal vem ligado por preposição ao substantivo, ao adjetivo ou ao advérbio cujo sentido integra ou limita. Já o adjunto adnominal serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo.

ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Pode vir representado:

1) por advérbio:
Aqui não passa ninguém.

2) por locução adverbial:
Lá embaixo aparece Jacarecanga sob o sol do meio-dia.

3) por oração adverbial:
Fechemos os olhos até que o sol comece a declinar.

APOSTO
É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração:
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.
Casas e pastos, árvores e planatações, tudo foi destruído pela enchente.
Prezamos acima de tudo duas coisas: a vida e a liberdade.
Minha irmã Beatriz é linda.

ATENÇÃO!!
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nestes casos, tem-se um predicativo.
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (Audaciosos = predicativo do sujeito)

VOCATIVO
[do latim vocare = chamar]
É o termo usado para chamar alguém ou alguma coisa.
A ordem, meus amigos, é a base do gorverno.
Meu nobre perdigueiro, vem comigo!

ATENÇÃO!!
O vocativo é um termo à parte. Não pertence à estrutura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 7 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 10 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 7 e 8 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 5, 6 e 13 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 34, 35, 37, 41 e 42 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 16 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 4 e 6 da prova da CESPE - EMBASA (2009)
Questão 10 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 16 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 68, 70 e 71 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 28, 29 e 30 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)
Questão 5 e 10 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)
Questão 10 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você também pode se interessar por ortografia.

domingo, 18 de janeiro de 2009

ORTOGRAFIA

Ortografia (do grego ortographia, escrita correta) é a parte da gramática que trata do emprego correto das letras e dos sinais gráficos na língua escrita. Na maioria das vezes, a melhor forma de saber a escrita correta das palavras é enriquecendo nosso vocabulário, pois muitas delas não têm uma regra fácil de ser assimilada. O nosso sistema ortográfico atual sofreu pequenas mudanças conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995. Neste texto, vamos nos ater apenas às mudanças ainda não-citadas por este blog. Podem-se encontrar mudanças do Acordo nos tópicos sobre acentuação gráfica e emprego do hífen. As novas regras, que começaram a valer a partir de janeiro de 2009, são um passo importante para a unificação da nossa língua.


ALFABETO PORTUGUÊS
O alfabeto da Língua Portuguesa compõe-se de 26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.
As letras k, w, y foram incorporadas pelo novo acordo e são usadas:
1 - em abreviaturas e como símbolos de termos científicos de uso internacional:
km (quilômetro), kg (quilograma), K (potássio), w (watt), W (oeste), etc.
2 - na escrita de palavras e nomes estrangeiros e seus derivados:
kart, show, playgroud, hobby, Franklin, Wagner, Newton, Washington, etc.

EMPREGO DO H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se como símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. O h usa-se apenas:
1 - no início, quando etimológico: hábito, hoje (latim: hodie), herói, homem, etc.
2 - no interior, quando integrante dos dígrafos ch, lh, nh: chave, telha, ninho, etc.
3 - no final e no início de certas interjeições: ah!, ih!, hem!, hum!, etc.
4 - em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: sobre-humano, anti-higiênico, pré-histórico, etc.
5 - no substantivo próprio Bahia (estado do Brasil), por secular tradição.

EMPREGO DO E OU I

Escreve-se com E:

1 - a sílaba final de formas dos verbos terminados em –UAR:
continue, habitue, pontue
2 - a sílaba final de formas dos verbos terminados em –OAR:
abençoe, magoe, perdoe
3 - as palavras formadas com o prefixo ANTE (antes, anterior):
antebraço, antecipar, antevéspera
4 - outros vocábulos:
arrepiar, cadeado, disenteria, empecilho, umedecer
, etc.

Escreve-se com I:

1 - a sílaba final de formas dos verbos terminados em –UIR:
diminui, influi, possui
2 - as palavras formadas com o prefixo ANTI (contra):
antiaéreo, anticristo, antitetânico
3 - outros vocábulos:
aborígine, digladiar, displicência, inclinação, incinerar, etc.

EMPREGO DO G OU J
Escrevem-se com G:

1 - os substantivos terminados em -AGEM, -IGEM, -UGEM:
garagem, origem, ferrugem
2 - as palavras terminadas em -ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -ÓGIO, -ÚGIO:
contágio, colégio, prodígio, relógio, refúgio
3 - palavras derivadas de outras que se grafam com G:
massagista (de massagem), ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), selvageria (de selvagem)
4 - depois de A inicial usa-se G, e não J:
agente, ágil, agir
Exceções: ajedra (planta), ajimez (tipo de janela) e palavras derivadas de outras com J (ex.: ajeitar).

Escrevem-se com J:

1 - palavras derivadas de outras terminadas em –JA:
laranjeira (de laranja), lojinha, granjeiro
2 - todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –JAR ou –JEAR:
arranje, viaje, despejem, gorjeiam
3 - palavras cognatas ou derivadas de outras que têm J:
lajes, nojento, jeitoso
4 - Nomes de alimentos, de um modo geral, escrevem-se com J:
jenipapo, jiló, canjica, jerimum



EMPREGO DO S OU Z
Sufixos –ês e –ez

1 - o sufixo –ês forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos:
montanhês (de montanha), cortês (de corte), chinês (de china)
2 - o sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos:
aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez (de rápido)

Sufixos –esa e –eza

1 - usa-se –esa ou –isa na formação de feminino:
baronesa, princesa, francesa, poetisa
2 - usa-se –eza em substantivos abstratos derivados de adjetivos:
beleza (de belo), grandeza, pobreza

Obs: Não se enquadrando nesses dois casos, a palavra deve ser escrita com S.
surpresa, empresa, mesa
Sufixos –oso e –ose escrevem-se com S:
dengoso, formoso, neurose

Verbos terminados em –isar e –izar

1 - escreve-se –isar quando o radical dos nomes correspondentes termina em S:
avisar (aviso + ar), analisar, catalisar
2 - escreve-se com –izar quando o radical dos nomes correspondentes não termina em S:
canalizar (canal + izar), colonizar, motorizar, catequizar

EMPREGO DO S OU Ç
Escrevem-se com S

1 - palavras derivadas de verbos cujos radicais terminem por ND, RG, RT:
pretensão (de pretender), diversão (divertir), aspersão (de aspergir), defesa (defender)

Escrevem-se com SS

1 - palavras derivadas de verbos cujos radicais terminem por CED, MET, GRED ou PRIM:
concessão (de conceder), remessa (de remeter), agressor (de agredir), impressão (de imprimir)
2 - palavras derivadas de verbos que terminem por TIR:
discussão, emissão

Escrevem-se com Ç

1 - palavras derivadas de outras que possuem T no radical:
opção, canção, exceção
2 - palavras derivadas do verbo TER:
contenção, detenção


EMPREGO DO X

1 - geralmente depois de EN:
enxuto, enxame, enxoval
Exceções: encher e seus derivados, enchova e palavras derivadas de outras que comecem por CH
2 - geralmente depois de ME:
mexer, mexilhão, mexerica
Exceções: mecha (de cabelo), mechar e mechoação

OUTROS EMPREGOS IMPORTANTES

1 - depois de ditongo não se usa CH, Z e SS:
faixa, lousa, eleição
Exceções: caucho e derivados e diminutivos com a consoante de ligação Z (papeizinhos, aneizinhos)
2 - conservam-se nas derivadas as letras S, J e Z que aparecem nas primitivas:
atraso (de atrás), lojista, cruzeiro

PARÔNIMOS

Palavras parecidas na pronúncia e na escrita:
1 - área = superfície; ária = melodia
2 - arrear = pôr arreios, enfeitar; arriar = abaixar
3 - costear = navegar junto à costa; custear = pagar as custas
4 - deferir = conceder; diferir = ser diferente
5 - eminente = ilustre; iminente = que ameaça acontecer

HOMÔNIMOS

Nomes iguais. Dividem-se em:
Homófonos: palavras que têm a mesma pronúncia, mas escrita diferente:
1 - acento = inflexão da voz, sinal gráfico; assento = lugar para sentar-se
2 - acético = referente ao ácido acético; ascético = místico
3 - cesta = utensílio de vime ou outro material; sexta = ordinal referente a seis
4 - cismo = penso; sismo = terremoto
5 - incipiente = principiante; insipiente = ignorante
Homógrafos: palavras com a mesma escrita, mas a pronúncia diferente:
1 - almoço (ô), substantivo; almoço (ó), verbo
2 - pôde (passado do verbo poder); pode (presente do verbo poder)
Perfeitos: palavras com a mesma escrita e pronúncia:
1 - são, verbo ser; são = sadio; são = santo
2 - rio (verbo: eu rio); rio (substantivo: o rio)

Questões que tratam deste assunto:

Questão 4 da prova do CESGRANRIO - PETROBRAS SUPERIOR (2012)
Questão 10 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 9 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)

Você também pode se interessar por concordância.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

CONCORDÂNCIA

A concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam. Existem dois tipos de concordância: a que é feita entre o sujeito e o verbo, concordância verbal, e a que é feita entre o substantivo e o adjetivo, artigo, pronome ou numeral, concordância nominal.

CONCORDÂNCIA VERBAL

O verbo concorda com o sujeito nas seguintes regras gerais:

SUJEITO SIMPLES (um só núcleo) - O verbo concordará com o núcleo do sujeito simples em número e pessoa:
O menino saiu com os amigos.
Nós saimos para o trabalho sempre na hora do engarrafamento.
Eles prestaram informações valiosas.
Eu sei que vou te amar.
Acontecem tantas desgraças neste planeta!

SUJEITO COMPOSTO (mais de um núcleo) - Verbo no plural na pessoa gramatical de número mais baixo:
1ª + 2ª = 1ª (Eu e tu = nós)
1ª + 3ª = 1ª (Eu e ela = nós)
2ª + 3ª = 2ª (Tu e ele = vós ou tu e ele = eles (SILEPSE DE PESSOA) - possível a concordância com a 3ª, por ser a 2ª pouco usada)
Eu e ela sairemos agora.
Tu e ela saireis (ou sairão) agora.
A esposa e o amigo seguem sua marcha.

Casos em que o verbo também pode concordar com o núcleo mais próximo:

a) Sujeito composto com núcleos pospostos ao verbo:
Todos deverão chegar cedo amanhã; antes dos demais, porém, chegarás (ou chegareis ou chegarão) tu e o porteiro.

b) Sujeito composto com núcleos sinônimos:
A evolução e o progresso trouxe (ou trouxeram) a informática aos nossos lares.

c) Sujeito composto com núcleos em gradação:
Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina começou (ou começaram) a me apertar a alma.

CASOS ESPECIAIS

1. Núcleos do sujeito unidos por OU

1.1 Com exclusão, o verbo concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:
O Bahia ou vitória será o campeão em 2010. (Não podem ser os dois)

1.2 Sem exclusão, o verbo vai para o plural:
O frio ou a altitude prejudicaram os atletas. (Podem ser os dois)

2. Núcleos do sujeito unidos pela preposição COM

2.1 Verbo no plural quando se atribui a mesma importância aos elementos do sujeito:
Manuel com seu compadre construíram o barracão.

2.2 Quando se deseja dar ênfase ao primeiro elemento, verbo no singular:
Maria, com o namorado, chegou no início da festa.

3. Núcleos do sujeito unidos por NEM

3.1 Verbo no plural quando o sentido for de adição:
Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos.

3.2 Se houver idéia de exclusão, o verbo ficará no singular:
Nem Pedro nem Paulo será eleito presidente.

4. Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém - A forma adequada é o verbo no singular, concordando com o aposto resumidor:
A cidade, os campos, os vales, tudo estava coberto de água, naquela enchente devastadora.

5. Núcleos do sujeito representantes da mesma pessoa ou coisa - Quando os núcleos, por palavras diferentes, representam uma só pessoa ou uma só coisa, o verbo fica naturalmente no singular:
Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta.
Em seu rosto, passado e presente estava impresso.

6. Núcleos do sujeito são infinitivos

6.1 Quando são dois ou mais infinitivos, o verbo fica no singular:
Fazer e dizer não significa o mesmo.

6.2 Verbo no plural se forem determinados por artigo ou exprimirem idéias opostas:
O comer e o beber são necessários.
Rir e chorar fazem parte da vida.

7. Sujeito oracional - O verbo cujo sujeito é oracional concorda no singular:
Ainda falta comprar os cartões.

8. Sujeito com núcleo percentual, partitivo ou coletivo - O verbo concorda com o núcleo ou com o determinante:
Uma grande multidão de crianças penetrava (ou penetravam) na caverna.
A maioria deles aprovou (ou aprovaram) a realização do festival de forró.
Nos EUA, 20% da população sofre (ou sofrem) a síndrome do pânico.

ATENÇÃO!! Com numeral antecedido de determinante, o verbo vai para o plural:
Os 10% daquele elenco atuaram pela primeira vez.

9. Sujeito com as locuções Um e outro e Nem um nem outro - O verbo concorda de preferência no plural, mas pode ficar no singular.
Nem uma nem outra foto prestavam (ou prestava)
Um e outro livro me agradaram (ou agradou) muito.

ATENÇÃO!! Havendo reciprocidade na ação, o verbo vai para o plural:
Um e outro colega se comunicam pela internet.

10. Sujeito com a locução Um ou outro - Verbo na terceira pessoa do singular:
Um ou outro auditor trabalhará neste caso.

11. Sujeito com a locação Mais de um - Verbo na terceira pessoa do singular:
Mais de um presidente defendeu a abertura comercial.

ATENÇÃO!! Havendo reciprocidade na ação, o verbo vai para o plural:
Mais de um jogador de times diferentes deram-se as mãos na defesa do esporte amador.

12. Locução Um dos (...) que:

12.1 Verbo na terceira pessoa do plural para enfatizar o conjunto:
Zico foi um dos craques que encantaram o mundo.

12.2 Verbo na terceira pessoa do singular para enfatizar o indivíduo:
Zico foi um dos craques que encantou o mundo.

13. Sujeito com locução pronominal com pronome pessoal preposicionado:

13.1 Núcleo no singular - Verbo na terceira pessoa do singular:
Qual de nós sairá?

13.2 Núcleo no plural - O verbo pode ir para a terceira pessoa do plural ou concordar
com o pronome:
Quais de nós sairão (ou sairemos)?

14. QUE (pronome relativo) como sujeito - O verbo concorda com o antecedente do pronome relativo:
Fomos nós que viajamos sem permissão.

ATENÇÃO!! Se o antecedente do pronome relativo for predicativo de um pronome pessoal sujeito, o verbo da oração iniciada pelo que concordará com o pronome pessoal, ou com o antecedente do pronome relativo:
Nós somos aqueles que aqui estivemos (ou estiveram) ontem.

15. QUEM como sujeito:

15.1 Verbo na terceira pessoa do singular quando for pronome indefinido. Não se quer enfatizar o agente:
Fui eu quem pagou aquela conta.

15.2 O verbo concorda com o pronome relativo quando se quer enfatizar o agente:
Fui eu quem paguei aquela conta.

16. Pronomes de tratamento como sujeito - Esses pronomes exigem o verbo na terceira pessoa do singular, embora se refiram à segunda pessoa do discurso:
Vossa Excelência agiu com moderação.

17. Nome pluralício como sujeito - Verbo na terceira pessoa do singular:
Minas Gerais possui grandes jazidas de ferro.

ATENÇÃO!! Se houver artigo no plural, o verbo irá também para o plural:
Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.

18. Verbo acompanhado da palavra se:

18.1 Quando o se é índice de indeterminação do sujeito, o verbo fica na terceira pessoa do singular. Isso ocorre com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação:
Morria-se de tédio naquele lugarejo.
Necessita-se de balconistas com prática.

ATENÇÃO!! Quando o sujeito é indeterminado, sem o pronome se, o verbo vai para a terceira pessoa do plural:
Pediram-me que a procurasse.

18.2 Concordância do verbo passivo - Quando apassivado pelo pronome apassivador se, o verbo concordará normalmente com o sujeito:
Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos.

ATENÇÃO!! Para se detectar os sujeitos da frase acima, deve-se transformá-la na voz passiva analítica:
A casa é vendida e dois apartamentos são comprados.

19. Verbos impessoais - Por não possuírem sujeito, ficam na terceira pessoa do singular os seguintes verbos:

19.1 Haver, fazer, indicando tempo:
Há anos não vou a Fortaleza.

19.2 Passar de..., na indicação das horas:
Quando saí de casa, passava das oito horas.

19.3 Chover e outros que exprimem fenômenos da natureza:
Nevou muito na cordilheira.

ATENÇÃO!! Se for usado o sentido conotativo, o verbo deixa de ser impessoal:
Choviam pétalas de flores.

19.4 Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Havia notas falsas na praça.

19.5 Os verbos auxiliares das locuções com os verbos impessoais haver ou fazer:
Deve fazer uns cinco anos que estive em Paris.

20. Concordância do verbo ser:

20.1 Verbo ser, indicando horas, datas e distâncias, concorda com o numeral e é impessoal:
Era uma hora da tarde.
Eram duas horas da tarde.
Da estação à fazenda são três léguas a cavalo.
Hoje são seis de março.

ATENÇÃO!! Pode-se, na linguegem espontânea, deixar o verbo no singular concordando com a idéia de dia:
Hoje é seis de março. [...é dia seis...]

20.2 Quando o predicativo indica insuficiência, suficiência ou excesso, o verbo ser deve concordar com o predicativo:
Quatrocentos e vinte reais por mês é pouco para uma família.

20.3 Quando o sujeito do verbo ser é um dos pronomes isto, isso, aquilo, tudo, o [=aquilo], nada, o verbo ser, de preferência, deve concordar com o predicativo, mas pode também concordar com o sujeito:
Tudo são flores no início.
Tudo é flores no início.

20.4 Se o sujeito do verbo ser é pessoa ou pronome pessoal, o verbo concorda com o sujeito:
Maria era as alegrias da família.
Ela era as coisas boas de lá.

ATENÇÃO!! Invertendo-se a frase, permanece tal concordância:
As alegrias da família era Maria.

Não é rara, porém, a concordância com o predicativo plural quando este representa partes do corpo da pessoa nomeada no sujeito:
Santinha eram dois olhos míopes, quatro incisivos claros à flor da boca.

20.5 O verbo ser permanece invariável na partícula de realce é que:
Eu é que mantenho a ordem aqui. [Sou eu que mantenho a ordem aqui]

20.5 No restante dos casos, o verbo concorda com o predicativo:
A cama são umas palhas.
A maioria eram rapazes.
Divertimentos é o que não lhe falta.
Oito anos sempre é alguma coisa.
Quem eram os pretendentes ao cargo?

ATENÇÃO!! Predicativo singular prevalece sobre sujeito plural que não está antecedido de artigo ou pronome demonstrativo:
Comentários falsos é veneno.

21. ERA UMA VEZ - Mantém-se invariável a expressão de histórias era uma vez, ainda que seguida de substantivo plural:
Era uma vez dois cavaleiros andantes.

22. A NÃO SER - É geralmente considerada locução invariável, equivalente a exceto, salvo, senão:
Nada restou do edifício, a não ser escombros.

23. HAJA VISTA - A expressão correta é haja vista, e não haja visto. Pode ser construída de três formas:

23.1 Hajam vista os livros desse autor (vejam-se os livros...)

23.2 Haja vista os livros desse autor (veja [você] os livros...)

23.3 Haja vista aos livros desse autor (atente-se para os livros)

24. Concordância dos verbos dar, bater, tocar e soar - Em relação a horas, estes verbos concordam com o numeral:
Já deram três horas.

ATENÇÃO!! Com o sujeito relógio, verbo no singular:
O relógio já deu três horas.

25. Concordância do verbo parecer - Em contruções com o verbo parecer seguido de infinitivo, pode-se flexionar o verbo parecer ou o infinitivo que o acompanha:
As paredes pareciam estremecer. (construção corrente)
As paredes parecia estremecerem. (construção literária) - análise: parecia: oração principal; as paredes estremecerem: oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo [Isso parecia].

26. Perto de, cerca de, mais de, menos de: levam o verbo a concordar com o numeral:
Mais de dez fotógrafos permaneciam no local.

27. Concordância com números fracionários - De regra, a concordância é feita com o
numerador:
Um terço dos alunos faltou.
Dois terços dos alunos faltaram.

ATENÇÃO!! Segundo CEGALLA, não parece incorreto usar o verbo no plural quando a
fração tem o numerador 1:
Um quinto dos homens eram de cor escura.

28. Concordância de senão em frases negativas - Nessas frases em que senão equivale a mais que, a não ser, e vem seguido de substantivo no plural, costuma-se usar o verbo no plural, fazendo-o concordar com o sujeito oculto outras coisas:
Do antigo templo grego não restam senão ruínas. [...não restam outras coisas senão ruínas]



CONCORDÂNCIA NOMINAL
CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO ADJUNTO ADNOMINAL

1. O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:
O alto ipê cobre-se de flores amarelas.

2. O adjetivo posposto que se refere a mais de um substantivo poderá fazer dois tipos de concordância:

2.1 Concordância lógica: o adjetivo no plural no gênero predominante. (masculino prevalece sobre feminino)
Já comprei paletó e camisa novos.

2.2 Concordância atrativa: o adjetivo concorda com o substantivo mas próximo.
Já comprei paletó e camisa nova.

ATENÇÃO!! A troca de uma concordância pela outra pode trazer alterações semânticas.

3. Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, com o mais próximo:
Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras.
Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras.

Seguem esta regra os pronomes adjetivos:
A sua idade, sexo e profissão.

4. Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo determinado pelo artigo, ocorrem dois tipos de construção:
4.1 Estudo as línguas inglesa e francesa.4.2 Estudo a língua inglesa e a francesa.

5. Os adjetivos regidos de preposição "de", que se referem a pronomes neutros indefinidos (nada, muito, algo, tanto,...), normalmente ficam no singular:
Sua vida nada tem de misterioso.

Todavia, por atração, podem concordar com o substantivo (ou pronome) sujeito:
Elas nada tinham de ingênuas.

CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO PREDICATIVO COM O SUJEITO OU OBJETO


1. COM SUJEITO/OBJETO SIMPLES: o predicativo concorda com o sujeito simples em gênero e número.
Os campos estavam floridos, as colheitas seriam fartas.
Vi ancorados na baía os navios petrolíferos.

2. COM SUJEITO/OBJETO COMPOSTO: o predicativo vai para o plural no gênero predominante.
O mar e o céu estavam serenos.
O vale e a mantanha são frescos.
Deixe bem fechadas a porta e as janelas.
Tomei emprestados a régua e o compasso.

O predicativo pode concordar com o substantivo mais próximo se aquele vier antes deste:
Era deserta a vila, a casa, o templo.
É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins.

3. Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento, a concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem nos referimos (SILEPSE = CONCORDÂNCIA COM A IDÉIA):
Vossa alteza foi bondoso.
Vossa alteza foi muito severa.

4. Em locuções do tipo "é bom...", "é necessário...", "é preciso..." temos dois tipos de construção:

4.1 Se o substantivo vier determinado, o predicativo concordará com o artigo determinante.
É necessária a tua presença aqui.

4.2 Se não vier determinado, se faz a concordância com o fato que se tem em mente.
Bebida alcoólica não é bom para o fígado.

CONCORDÂNCIA DO PARTICÍPIO PASSIVO

1. Na voz passiva, o particípio concorda em gênero e número com o sujeito:
Foi escolhida a rainha da festa.

2. Quando o núcleo do sujeito é um coletivo numérico, pode-se, em geral, fazer a concordância com o substantivo que o acompanha:
Centenas de rapazes foram vistos pedalando na rua.

3. Referindo-se a mais de um substantivo, o particípio concorda no gênero predominante:
Atingidos por mísseis, a corveta e o navio foram a pique.

OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA

ANEXO, APENSO, INCLUSO, SEPARADO

Como adjetivos, concordam com substantivo em gênero e número:
Vão anexos os pareceres das comissões técnicas.

ATENÇÃO: Em anexo, em separado são locuções adverbiais de modo e devem ficar invariáveis.

LESO

Concorda com o substantivo em gênero e número:
Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.

A OLHOS VISTOS

Locução adverbial invariável. Significa visivelmente.
Lúcia emagrecia a olhos vistos.



Como adjetivo, só [=sozinho] concorda em número com o substantivo:
Eles estavam sós, na sala iluminada.

Como advérbio [=somente], fica invariével:
Só eles estavam na sala.

ATENÇÃO!! A sós é locução invariével:
Estávamos a sós.

POSSÍVEL


Como adjetivo, concorda com o substantivo:
Faremos todos os exercícios possíveis.

Formando locuções:

1. Adverbiais (o mais..., o menos..., o pior..., o melhor...possível) são invariáveis:
Os prédios devem ficar o mais afastados possível.

2. Adjetivas (os mais..., os menos..., os piores..., os melhores...possíveis) são variáveis:
As informações obtidas são as melhores possíveis.

ADJETIVOS ADVERBIADOS

Certos adjetivos, como sério, claro, alto, caro, barato, raro, etc., quando usados como advérbios, ficam invariáveis:
A partir de amanhã, a água custará mais caro.

Mas como adjetivo, varia:
A partir de amanhã, a água fica mais cara.

TODO

No sentido de inteiramente, completamente, costuma-se flexionar, embora seja advérbio:
As meninas iam todas de branco.

ALERTA

Como advérbio [=em estado de alerta], fica invariável:
Os soldados ficaram alerta.

Como adjetivo ou substantivo, varia:
Nossos chefes estão alertas. [=vigilantes]
Os bombeiros deram vários alertas [=avisos] à população.

MEIO

Como advérbio [= um pouco], fica invariável:
A porta estava meio aberta.

Como numeral fracionário [=metade], flexiona-se para concordar com o substantivo:
Comi meia maçã.

BASTANTE

Varia quando adjetivo, sinônimo de suficiente:
Não havia provas bastantes para condenar o réu.

Como advérbio, fica invariável:
As cordas eram bastante [=muito] fortes para sustentar o peso.

MENOS

É palavra invariável:
Gaste menos água.

PSEUDO

É invariável:
Elas eram pseudo-feministas.

GRAMA

Unidade de medida de massa, é masculino.
Emagreci quinhentos gramas na semana passada.

MESMO

Como advérbio [= até, realmente], fica invariável:
Mesmo elas desconheciam o programa antivírus.
Saiu neste momento mesmo.

Como pronome demonstrativo [=próprio], concorda com o pronome ou o substantivo a que se refere:
Elas mesmas digitaram todo o texto.

QUITE

É adjetivo e flexiona-se:
Os eleitores quites com o TRE poderão votar.

TAL QUAL

Com verbos de ligação, "tal" concorda com o 1º termo da comparação e "qual", com o segundo:
Os filhos serão tais qual o pai. (...tais qual o pai é)
O filho era tal quais os pais. (...tal quais os pais eram)

Com outros verbos, é conjunção comparativa:
O filho fala tal qual os pais. (...fala como os pais falam)
Os filhos comem tal qual o pai. (...comem como o pai come)

Questões que tratam deste assunto:

Questão 5 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 7 e 10 da prova do CESGRANRIO - PETROBRAS SUPERIOR (2012)
Questão 11 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 15 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 4 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 9 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 6, 16, 19, 21 e 27 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 06 e 16 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 8 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 72 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 2 da prova da ESAF - ANA/2009
Questão 1 e 4 da prova da (CESGRANRIO) CAIXA, MÉDIO, 2012

Você também pode se interessar por pontuação.

domingo, 2 de novembro de 2008

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontução servem, na escrita, para imprimir ritmo à comunicação, auxiliar a compreensão da mensagem, retirando as ambiguidades, e enfatizar-lhe alguns pontos. Logo, a pontuação representa, graficamente, recursos complementares da elocução oral, tais como pausas, modulações da voz (entoação) e destaques de elementos do texto.

Eles podem ter a seguinte classificação:

1) MARCADORES DE PAUSA

1.1. VÍRGULA
- Indica uma pausa breve. De um modo geral, podemos afirmar que na ordem direta (sujeito + verbo + complementos) não se usa a vírgula. Utiliza-se ela para:

1.1.1. separar elementos de mesma função sintática:
Ela é alta, bonita, simpática, sincera. (mesma função sintática: predicativo do sujeito)

1.1.2. separar o vocativo:
Carlos, como foi a prova?

1.1.3.
separar apostos e certos predicativos:
Pelé, o rei do futebol, foi o maior artilheiro de todos os tempos.
Lentos e tristes, os retirantes iam passando.

1.1.4. intercalar qualquer termo, normalmente de valor explicativo ou adverbial:
Quero dizer, antes de mais nada, que não aprovo a idéia.

1.1.5. separar certas expressões explicativas ou retificativas, como isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, etc:
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.

1.1.6. separar orações adjetivas explicativas:
Os jogadores do flamengo, que são pernas-de-pau, não conseguem melhorar o salário. (todos são pernas-de-pau e não conseguem melhorar o salário)

ATENÇÃO!! Se a oração for adjetiva restritiva, não haverá a vírgula:
Os jogadores do flamengo que são pernas-de-pau não conseguem melhorar o salário. (apenas os pernas-de-pau não conseguem melhorar o salário)

1.1.7. separar orações subordinadas adverbiais deslocadas:
Enquanto o marido pescava, rosa ficava pintando a paisagem.

ATENÇÃO!! Se a oração adverbial vier depois da principal, a vírgula será faciltativa:
A vírgula será facultativa se a oração adverbial vier depois da principal.

1.1.8 separar adjuntos adverbiais deslocados:
Com mais de setenta anos, andava a pé.

ATENÇÃO!! O adjunto adverbial, quando breve, PODE dispensar a vírgula:
Dentro do navio homens e mulheres conversavam. (sem pausa, portanto sem vírgula)
Depois do almoço, fomos ao cinema. (com pausa, portanto com vírgula)

1.1.9. Para indicar a elipse de um termo:
Uns diziam que se matou, outros, que fora para o Acre [=outros diziam que fora para o acre]

ATENÇÃO!! Em contrapartida ao emprego da vírgula para indicar omissão, ela também pode ser usada para indicar excesso - caso da repetição de termos [=pleonasmo] que se antecipam na frase, bem como caso de polissíndeto [=repetição da conjunção e]:
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do paletó.
E ela chorava, e gesticulava, e gritava.

1.1.10. separar o nome do lugar nas datas:
Salvador, 2 de novembro de 2008.

1.1.11. separar orações coordenadas, exceto as aditivas:
Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.

1.1.12. separar orações começadas pela conjunção e em dois casos:

a) quando têm sujeito diferente da primeira oração:
Antônio leu o livro, e Paulo escreveu a carta.

ATENÇÃO!! Com o mesmo sujeito, sem vírgula:
Antônio leu o livro e escreveu a carta.

b) quando a conjunção e não tem valor aditivo:
Pintou a casa de branco, e não ficou satisfeito. [e = mas = valor adversativo]

1.1.13. separar conjunções adversativas e conclusivas deslocadas:
Falou pouco; estava, porém, cansado.

NÃO SE EMPREGA A VÍRGULA NOS SEGUINTES CASOS:

a) entre sujeito e o verbo da oração, quando juntos:
Muitos paulistanos deixam o carro na garagem durante a semana.

ATENÇÃO!! Se entre o sujeito e o verbo houver termo deslocado, terá lugar a vírgula:
Muitos paulistanos, durante a semana, deixam o carro na garagem.

b) entre o verbo e seus complementos (objeto direto e indireto):
Os animais protegem seus filhotes.

c) entre o nome e seu complemento ou adjunto:
Tinha medo de tudo.

d) entre o verbo e o predicativo:
Essa menina é bastante levada.

e) entre oração principal e oração subordinada substantiva:
Não me espanta que você seja tão imaturo.

ATENÇÃO!! Se a oração subordinada substantiva figurar antes da principal, a vírgula será obrigatória:
Que você é um hipócrita, todos nós sabemos.

f) entre oração principal e oração subordinada adjetiva restritiva:
Você foi o único amigo que me apoiou naquele dia.

1.2. PONTO-E-VÍRGULA - Empregado para indicar uma pausa maior do que a vírgula. Emprega-se o ponto-e-vírgula nos seguintes casos:

1.2.1. para separar orações coordenadas de certa extensão, principalmente se uma das orações já apresenta vírgula:
Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.

1.2.2. para separar os itens de uma enumeração:
O candidato precisa fazer três coisas:
I - chegar com antecedência de uma hora;
II - trazer identidade;
III - trazer o material adequado para a prova.

1.2.3. para separar orações coordenadas adversativas ou conclusivas quando se quer alongar a pausa:
Havia muitas pessoas à minha espera; contudo preferi ficar no escritório.

1.2.4. para separar orações coordenadas quando a conjunção esta deslocada:
Estudou a tarde toda; estava, portanto, preparado.

1.2.5. para separar os considerandos e artigos de decretos, sentenças, petições, etc.:
Considerando que ...;

1.3. PONTO FINAL - Sinal que indica a pausa natural no final de uma frase. Emprega-se nos seguintes casos:

1.3.1. para fechar o período:
Mestre Vitorino morava no mar.

1.3.2. nas abreviaturas:
Sr. (senhor), a.C. (antes de Cristo), etc.



2) MARCADORES DE ENTOAÇÃO

2.1. DOIS-PONTOS - Assinalam uma pausa suspensiva da voz, indicando que a frase não está concluída. emprega-se nos seguintes casos:

2.1.1. para indicar uma citação alheia ou própria:
Já dizia Rui Barbosa: "O homem criando, através do trabalho, assemelha-se a Deus".

2.1.2. antes de uma enumeração:
Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, geadas, insetos daninhos, bichos, etc.

2.1.3. para introduzir um aposto ou oração apositiva:
Só queria algo: seu afeto.

2.1.4. para indicar um esclarecimento, um resultado ou resumo do que se disse:
Mas padre Anselmo era assim mesmo: amigo dos pobres

2.2. PONTO DE INTERROGAÇÃO - Coloca-se no final das interrogações diretas:
Por que derramas tanto amor nos olhos?

2.3. PONTO DE EXCLAMAÇÃO - Emprega-se nos seguintes casos:

2.3.1. depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas, exprimindo surpresa, entusiasmo, súplica, desejo, espanto, ordem, indignação, etc.:
Ah! mísero demente! o teu tesouro é falso!

2.3.2. para substituir a vírgula depois de um vocativo enfático:
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

2.4. RETICÊNCIAS - São usadas para indicar a interrupção da frase, sugerindo:

2.4.1. dúvida, hesitação, surpresa:
Em terra de olho quem tem um cego...Ih! Errei!

2.4.2. a supressão de trechos de um texto. Nesse caso, as reticências ficam entre parênteses ou podem ser usados quatro pontos em vez de três:
"(...) um vício cujas raízes obscuras eu mal ousaria tentar pôr a nu (...)"
"Na primeira semana de agosto,....a frota ancorou em Málaga...."

3) DESTAQUES DE ELEMENTOS DO TEXTO

3.1. PARÊNTESES - Empregam-se nos seguintes casos:

3.1.1. para isolar palavras, locuções ou frases intercaladas no período, com caráter explicativo, as quais são proferidas em tom mais baixo:
"O Cristiansmo (escreveu Chateaubriand) inventou o órgão e fez suspirar o bronze."

3.1.2. Ás vezes substitui a vírgula ou travessão:
Uma vez (contavam) a polícia tinha conseguido deitar a mão nele.

3.2. TRAVESSÃO - É um traço maior que o hífen. Usa-se:

3.2.1. nos diálogos, para indicar mudança de interlocutor ou início da fala de um personagem:
"- Você é daqui mesmo? perguntei.
- Sou, sim senhor, respondeu o garoto."

3.2.2. para separar expressões ou frases intercaladas, substituindo a vírgula ou parênteses:
Um bom ensino básico - diga-se mais uma vez - exige a valorização do professor.

3.2.3. para ligar palavras em cadeia de um itinerário:
A via férrea São Paulo-Sorocaba.

3.3. ASPAS - Usam-se as aspas para:

3.3.1. indicar citação de frase alheia:
Napoleão disse: "Do alto destas pirâmides quarenta séculos vos contemplam".

3.3.2. realçar uma palavra ou expressão dignas de nota ou de sentido irônico:
"Ordem e Progresso" é o nosso lema.

3.3.3. indicar palavras estrangeiras, arcaísmo, neologismos, termos de gírias, erros gramaticais, etc.:
Gosto de visitar os "sites" de educação da "web".

3.4. COLCHETES
3.4.1. Tem a mesma finalidade dos parênteses; todavia seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, científico:
"Luzente. [Do lat. lucente.] Adj. 2 g. Que luz ou brilha."

3.4.2. Na transcrição de um texto, indicam inclusão de palavra(s):
"O [peixe] do meio trazia uma concha na boca..."

Questões que tratam deste assunto:

Questão 6 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 8 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 13 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 14 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 6 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 11 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 12 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 5 e 15 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 9 e 13 da prova da CESPE - EMBASA (2009)
Questão 7, 8 e 20 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 17 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 5 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 18 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 66 e 71 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 35 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)
Questão 7 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)
Questão 7 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você pode se interessar por figuras de linguagem.

domingo, 12 de outubro de 2008

FIGURAS DE LINGUAGEM

Para entendermos as figuras de linguagem, precisamos saber o que é uma frase com sentido denotativo e conotativo. O sentido denotativo é o sentido real da palavra. O conotativo é o sentido irreal ou figurado. Assim, figuras de linguagem são artifícios utilizados por quem fala ou escreve, no sentido conotativo, para dar mais força à expressão.

Observe os dois exemplos abaixo:
O tigre é uma fera. (fera = animal feroz - sentido denotativo)
Eu sou fera em matemática. (fera = pessoa inteligente - sentido conotativo)

Podemos classificar as figuras de linguagem em 3 tipos:
a) Figuras de palavras (ou tropos)
b) Figuras de construção (ou sintaxe)
c) Figuras de pensamento


FIGURAS DE PALAVRAS

1. Metáfora: é o desvio da significação própria de uma palavra nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.
O pavão é um arco-iris de plumas (...é como um arco-íris...)
Essa menina é uma flor.

2. Comparação (ou símile): consiste em se confrotar pessoas ou coisas de forma a se destacar semelhanças entre elas.
A criança é tal qual uma plantinha delicada: precisa de amor e proteção.

ATENÇÃO: Não confundir metáfora e comparação. A última tem os termos expressos ligados com nexos comparativos (como, assim como...)
Nero foi cruel como um monstro (comparação)
Nero foi um monstro (metáfora)

3. Metonímia: consite em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Veja alguns exemplos:
Nas horas de folga lia Camões (O autor pela obra - lia a obra de Camões)
Ele é um bom garfo (O instrumento pela pessoa que o utiliza - ele é comilão)
Ele não tinha teto onde se abrigasse (A parte pelo todo - ele não tinha casa...)

4. Perífrase: é uma expressão que designa os seres por meio de alguma de suas características.
O rei dos animais foi generoso (= leão)

5. Sinestesia: é a mistura de sentidos na frase.
Sua voz doce e aveludada era uma carícia em meus ouvidos. [voz = sensação auditiva, doce = sensação gustativa, aveludada = sensação tátil]

6. Catacrese: uso especial, por analogia, de uma palavra, devido à falta ou desconhecimento do termo apropriado.
Dente de alho
Barriga da perna



FIGURAS DE CONSTRUÇÃO

1. Elipse: é a omissão de um termo facilmente subentendido.
A moça estava ali, os olhos postos no chão. (com)

2. Zeugma: Tipo especial de elipse em que se omite um termo expresso anteriormente.
Luís foi à escola; Marcos, à biblioteca. (foi)

3. Pleonasmo: é o emprego de palavras redundantes, com o fim de reforçar a expressão.
Tenha pena de sua filha, perdoe-lhe pelo divino amor de Deus.

4. Assíndeto: omissão de um conectivo coordenativo.
Vim, vi, venci.

5. Polissíndeto: É a repetição intencional de conectivo coordenativo.
Trejeita, e canta, e ri nervosamente.
Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.

6. Inversão (ou hipérbato): consiste em alterar a ordem dos termos ou orações com o fim de lhes dar destaque.
Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.

7. Anástrofe: tipo especial de inversão entre o termo regente e o termo regido:
Vamos dormir dos astros sob o manto (...sob o manto dos astros)

8. Anacoluto: é a quebra ou interrupção do fio da frase, deixando um termo sem nexo sintático. Deve-se usá-lo com sobriedade e consciência.
Eu, pouco me importa esse assunto.

9. Silepse: é a concordância com a idéia associada na mente. Podemos ter:

9.1 Silepse de gênero:
Vossa Majestade será informado acerca de tudo. (Vossa Majestade é termo feminino, mas estamos concordando com a idéia de que Vossa Majestade é homem.)

9.2 Silepse de número:
Corria gente de todos os lados, e gritavam. (O núcleo do sujeito, gente, está no singular, mas
gritavam concorda com a idéia de pessoas de todos os lados...)

9.3 Silepse de pessoa:
Aliás todos os sertanejos somos assim (concordância com a idéia de que o autor da frase também é sertanejo e está se incluindo)

10. Onomatopéia: consiste no uso de palavras que imitam o som ou a voz natural dos seres. É um recurso fonêmico que a língua proporciona ao escritor.
Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou estrada afora.

11. Repetição: consiste em repetir uma palavra ou oração para enfatizar a afirmação ou sugerir insistência, progressão.
Tudo, tudo, parado: parado e morto.

12. Aliteração: repetição expressiva de um fonema consonantal.
Que a brisa do Brasil beija e balança.

13. Anáfora: repetição de um termo no início de cada verso ou frase.
Agora preciso ver-te,
Agora desejo amar-te.

14. Hipálage: adjetivação de uma palavra em vez de outra.
O vôo branco das garças. (As garças é que são brancas)

15. Enálage: uso de um tempo verbal por outro.
Que seria de mim, não fora sua ajuda? (fora no lugar de fosse)

16. Quiasmo: inversão e repetição de termos, com ou sem alterações.
...tinha uma pedra no meio do caminho,
no meio do caminho tinha uma pedra.

17. Prolepse (ou antecipação): consiste na deslocação de um termo de uma oração para outra que a preceda, com o que adquire excepcional realce.
Os pastores parece que vivem no fim do mundo.



FIGURAS DE PENSAMENTO

1. Antítese: consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto.
Quando a bola saía, entravam os comentários dos torcedores.

2. Apóstrofe: é a interrupção que faz o orador ou escritor para se dirigir a pessoas presentes ou ausentes, reais ou fictícias.
Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas...

3. Eufemismo: consiste em suavizar a expressão de uma idéia triste com palavras amenas.
Fulano foi desta para melhor. (Esta é a resposta da enquete que fala sobre figuras de linguagem, com 83% dos votos)

4. Gradação: é uma seqüência de idéias colocadas em sentido crescente ou descrescente.
Ele foi um tímido, um frouxo, um covarde.

5. Hipérbole: é uma afirmação exagerada que visa um efeito expressivo.
Estava morto de sede.

6. Ironia: é a figura pela qual dizemos o contrário do que pensamos.
Fizeste um excelente serviço (para dizer que fez um serviço péssimo)

7. Paradoxo (ou oxímoro): uso intencional de um contra-senso.
O que não tenho e desejo é o que melhor me enriquece.

8. Personificação (ou prosopopéia, ou animização): é a figura pela qual fazemos seres inanimados agirem e sentirem como seres humanos.
Os sinos chamam para o amor.

9. Reticência: consiste em suspender o pensamento, deixando-o inacabado.
De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.

10. Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.
O síndico, aliás uma síndica muito gentil, não sabia como resolver o caso.


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