São palavras que antepomos aos substantivos para dar um sentido determinado ou indeterminado. Indicam, ao mesmo tempo, o gênero e o número deles. Dividem-se em:
1 - DEFINIDOS
o, a os, as (determinam os substantivos, seres definidos)
2 - INDEFINIDOS
um, uma, uns, umas (os substantivos são indeterminados, seres indefinidos)
Observem o diálogo abaixo:
- Alô, Dona Elza? É Carlos.
- Desculpe, foi engano. A Elza não mora aqui.
- A senhora poderia me dar um número de telefone dela?
- Eu não sei.
- Obrigado.
Observem que quando Carlos ouve a mulher dizer: "A Elza não mora aqui" significa que ela conhece a Elza. E quando ele pergunta sobre um número de telefone, ele não sabe de onde será, mas precisa falar com ela.
Os artigos podem unir-se às preposições a, de, em e por, formando combinações e contrações antes de substantivos:
MASCULINOS
ao, aos, do, dos, no, nos, pelo, pelos, num, nuns
FEMININOS
à, às, da, das, na, nas, pela, pelas, numa, numas
Exemplos:
Procuro uma casa para morar. (uma casa qualquer)
Comprei a casa do meu amigo. (a casa já é conhecida)
Tive um pneu furado; perguntei a um guarda onde havia um borracheiro.
Consertei o pneu; agradeci ao guarda e paguei ao borracheiro.
- ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE VOCÊ DEVE USAR O ARTIGO
1) antes de qualquer substantivo comum: a cidade, o lápis, um giz, uma flor
2) antes de nomes de pessoas, na linguagem familiar, ou quando existe amizade íntima: o Fernando, a Renata
3) antes de nomes próprios de lugar: o Brasil, o Tocantins. Algumas exceções: Portugal, Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso, etc.
4) antes de nomes de mares, rios, montes e constelações: o oceano pacífico, o mar morto, o Amazonas, etc.
5) antes de nomes de cidade quando acompanhadas por modificador: a Roma dos Césares, a velha Lisboa, etc.
6) antes de nomes próprios de obras de arte: a Íliada, a Divina Comédia, Os Sertões, etc.
7) antes de nomes próprios de embarcações: o Barroso (navio), a Gustavo Sampaio (fragata), etc.
- ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE VOCÊ NÃO DEVE USAR O ARTIGO
1) antes de substantivo tomado indeterminadamente: Não vou a teatro
2) antes de nomes de pessoas célebres ou de personagens de romances: Machado de Assis é o maior nome da literatura brasileira.
3) antes de nomes de pessoas citadas por inteiro: Joaquim Loureiro Cruz era homem severo.
4) antes de nomes de cidades:Lisboa, Coimbra, São José do Rio Preto. Há exceções: o Porto, o Rio de Janeiro, o Cairo.
5) antes de nomes de parentescos modificados por possessivo: meu pai, minha tia, sua prima.
6) antes da palavra casa quando indica lar, residência própria de quem fala ou daquele a quem se faz referência: Fui a casa para buscar dinheiro.
7) antes da palavra terra, quando antônimo de bordo: Chegamos a terra depois de um breve cruzeiro pelo Pacífico.
8) antes da palavra palácio, quando significa gabinete de trabalho de chefe de governo: O governador despachou em palácio.
9) antes de pronomes de tratamento: Vossa Excelência está atrasado.
10) antes dos pronomes relativos cujo, cuja, cujos, cujas: Este é o pai cujo filho está servindo na Marinha.
- QUANDO VOCÊ DEVE REPETIR O ARTIGO
1) quando os termos são antônimos: o dia e a noite.
2) quando os elementos coordenados designam diferentes pessoas ou coisas: O governador e o secretário do Interior participaram da reunião extraordinária.
3) quando se quer dar ênfase aos elementos coordenados: O amor, a afetividade, os afagos - tudo nela era perfeito.
4) na distinção de gênero e número: o pai e as filhas
- O USO FACULTATIVO DO ARTIGO
1) Antigamente os nomes Europa, Ásia e África não eram acompanhados de artigo, Tais nomes, assim como os de alguns países, quais Espanha, França, Inglaterra, Escócia, Holanda e Flandres, podem vir desacompanhados de artigo, quando regidos de preposição. Assim: Vim de Europa ontem. Morei em Holanda muito tempo. Ela chegou de França há pouco. Estivemos em Éscócia o ano passado.
2) Não se tratando de nomes de parentesco, é facultativo o emprego do artigo antes de
possessivos. Assim, podemos usar: meu caderno (ou o meu caderno); minha amiga (ou a minha amiga), etc. No entanto, é comuníssimo no Brasil: o meu pai, a minha mãe, etc. Temos de convir, no entanto, que o uso do artigo, nestes casos, imprime afetividade à expressão.
Questões que tratam deste assunto:
Questão 11 da prova do CESPE - AGU (2010)
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quarta-feira, 9 de março de 2011
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14 comentários:
Moisés, o que justifica, de acordo com as regras oficiais, a acentuação em tuiuiú? Grato! rexsilua@gmail.com
Moisés, de acordo com as regras oficiais, o que justifica o acento da palavra tuiuiú? Se não conseguir resolver essa, por favor, diga qual é o sujeito da frase, de acordo com as regras oficiais da gramática, Ali não é bom lugar de morar. Grato! Reinaldo (rexsilua@gmail.com)
De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que pode ser encontrado em http://www.academia.org.br/abl/media/O%20Acordo%20Ortogr%C3%A1fico%20da%20L%C3%ADngua%20Portuguesa_anexoI%20e%20II.pdf, levam acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo,
pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús.
Completando a sua dúvida, observe que a separação de tuiuiú é tui-ui-ú.
Espero ter ajudado.
Ali não é bom lugar de morar. Oração sem sujeito.
Outro exemplo de oração sem sujeito do mesmo tipo:
Está cheio de gente aqui.
Tatiana disse...de qual gramática foram tiradas essas definições. porque preciso fazer um trabalho sobre artigo e preciso tirar definições do Celso Cunha.
As gramáticas utilizadas como referência são as do Celso Cunha e Domingos Paschoal Cegalla.
olá, tenho uma dúvida. fiz uma questão sobre crase e nao entendi muito bem. Na frase "há poucos meses, papai referia-se a mamãe com muito carinho." existe crase:
Eu havia pensado que como o termo "papai" veio sem artigo definido antes, o "mamãe" também deveria estar sem o artigo, ficando somente a preposição a e, por consequência, não haveria crase. Desde já agradeço.
Assunto controverso, meu caro concurseiro, por não estar explícito entre os gramáticos, mas podemos tirar nossas conclusões devido a outras afirmações feitas por eles.
Os gramáticos são unânimes em dizer que você não deve usar o artigo antes de nomes de parentescos, modificados por possessivos, mas não é o seu caso, pois a frase não traz tal pronome. Apesar de proibitivo, o Luiz Antônio Sacconi reforça que o emprego do artigo, nestes casos, imprime afetividade à expressão.
O Celso Cunha, na nova gramática do português contemporâneo, fala sobre o emprego do artigo pelo possessivo. Este emprego do artigo definido é frequente antes de substantivos que designam, entre outros, relações de parentesco. Sendo assim, por haver uma certa afetividade na frase, além da ideia de posse e a regência do verbo referir-se, deve haver a crase.
No exemplo 9 do tópico "alguns exemplos em que não se deve usar o artigo" há uma equivoco, se nao estou enganada:o pronome de tratamento "Vossa Excelencia" so aceita adjetivo no feminino. Seria então "Vossa Excelencia está atrasada", mesmo em se tratando de masculino.
Regina, a concordância, neste caso, é feita com a ideia de que Vossa Excelência é homem. Isto é uma silepse de gênero. Pesquise, neste blog, sobre figuras de linguagem - silepse de gênero.
li o artigo acima mas não consegui encontrar resposta pra minha duvida: é certo usar antes de no nomes de cidades os artigos do ou da, ex: sou da Barra do Corda, eu sou do Balsas.
vejo muito as pessoas falarem assim em minha região e acho feio.... tá certo falar assim?
Adailton, primeiro gostaria de esclarecer um ponto: os artigos aos quais você se refere são "o" e "a". As contrações "do" e "da" são compostas por: preposição (de) + artigo (o ou a).
DE + A = DA
DE + O = DO
Seguindo com a sua dúvida, para ter "da" ou "do" antes dos nomes de lugares é necessário que este lugar aceite a presença do artigo definido (a ou o). Você pode usar o método abaixo para detectar esta presença. Observe:
Estou em Feira de Santana. (em é apenas preposição)
Volto de Feira de Santana. (de é apenas preposição)
Feira de Santana não aceita a presença de artigo.
Estou no Rio de Janeiro. (em + o = no)
Volto do Rio de Janeiro. (de + o = do)
Rio de Janeiro aceita a presença do artigo.
Estou na Bahia. (em + a = na)
Volto da Bahia. (de + a = da)
Bahia aceita a presença do artigo.
Estou em Barra do Corda. (em é apenas preposição)
Volto de Barra do Corda. (de é apenas preposição)
Barra do Corda não aceita a presença do artigo.
Estou em Balsas. (em é apenas preposição)
Volto de Balsas. (de é apenas preposição)
Balsas não aceita a presença do artigo.
Sendo assim:
Sou de Feira de Santana.
Sou do Rio de Janeiro.
Sou da Bahia.
Sou de Barra do Corda.
Sou de Balsas.
Agora, se houver um qualificador para o nome, vai haver o artigo. Veja:
Estou em Salvador.
Estou na Salvador do carnaval.
Espero ter ajudado.
Olá Moisés,
Minha dúvida é se posso usar preposição sem o artigo indefinido. Por exemplo:
Três pessoas de cidade do Rio Grande do Sul foram presas.
Ou, necessariamente seria:
Três pessoas de uma cidade do Rio Grande do Sul foram presas.
Parabéns pelo blog,
Abraço.
Neste caso, a segunda opção é a correta porque a cidade é indefinida. É necessária a presença do artigo indefinido. Observe por quê:
Se tentarmos começar uma frase com cidade sem o artigo indifinido, a frase não fica boa, pois existe um qualificador. Veja:
Cidade do Rio Grande do Sul teve 3 pessoas presas.
O certo seria:
Uma cidade do Rio Grande do Sul teve 3 pessoas presas.
Agora, isso não significa que eu não possa usar preposição sem a presença de artigo. Veja:
Casa de farinha (não sei qual é a farinha)
Dono de mercado (não sei qual é o mercado, mas a preposição passa uma ideia de posse)
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