sábado, 26 de abril de 2008

USO DA CRASE

Do grego, krásis, é a fusão entre a preposição a com:

a) artigo definido feminino a ou as
b) pronome demonstrativo a ou as
c) o a inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo
d) a letra a antecedente do pronome relativo a qual (quais)

A representação da crase é: à ou às. Esta chama-se acento grave indicativo de crase.

Para aplicar corretamente a crase, em regra geral, é preciso saber se o termo regente aceita a preposição a e o termo regido aceita o artigo a.

Observe:
a) Eu obedeci à professora.

TERMO REGENTE: obedeci (verbo) - Quem obedece, obedece a alguém - REGÊNCIA VERBAL
TERMO REGIDO: a professora (palavra feminina)

Neste exemplo, o verbo obedecer exige a preposição a. Além disso, temos de analisar se a palavra que vem depois aceita o artigo.

Veja a frase abaixo:
A professora é bonita. (aceita o artigo A)
A palavra professora é feminina e aceita o artigo, portanto aplica-se a crase na frase Eu obedeci à professora.

b) É homem propenso à colera.

TERMO REGENTE: propenso (nome) - Quem é propenso, é propenso a alguma coisa - REGÊNCIA NOMINAL
TERMO REGIDO: a colera (palavra feminina)

Como no exemplo anterior, o nome propenso exige a preposição a e colera é uma palavra feminina que aceita o artigo a. A diferença entre os dois exemplos é o tipo de regência.
Visto este início, pode-se concluir que, na maioria dos casos, o USO DA CRASE está ligado diretamente à REGÊNCIA. Esta é, portanto, o modo pelo qual um termo rege outro que o complementa.

A crase pode ser:

* obrigatória
* facultativa
* proibitiva



CRASE OBRIGATÓRIA

1) Se, na troca da palavra feminina por uma masculina, aparecer antes a contração AO (A-prep.+O-art.), a crase será obrigatória.

O fumo é prejudicial à saúde (a + a)
Trocando-se a palavra saúde por uma masculina ...

O fumo é prejudicial ao organismo (a + o) - Aqui fica mais fácil identificar a presença do artigo.

ATENÇÃO!! O a no singular que antecede nome no plural é apenas a preposição e, portanto, não pode ser acentuado.

A lei não se referia a pessoas idosas

Para que o acento ocorresse a frase deveria ser:

A lei não se referia às pessoas idosas (aos homens idosos)

2) Com topônimos (Nomes próprios de lugares)

Use o seguinte artifício para detectar a presença do artigo:

SE ESTOU NA ...
OU VOLTO DA ...
PODE HAVER CRASE NO A (DEPENDE DA REGÊNCIA)

SE ESTOU EM ...
OU VOLTO DE ...
CRASE PRA QUÊ

Vou à Bahia (O verbo ir pede a preposição a, e a Bahia aceita o artigo feminino a - Estou na Bahia) (em + a = na)

Agora... Vocês ainda conhecerão a Itália (Neste exemplo, existe o artigo a - estou na Itália, mas não existe a preposição a porque a regência do verbo conhecer não pede preposição - Quem conhece, conhece alguém ou algum lugar)

Vou a Roma (Aqui, existe a preposição, mas não existe o artigo - estou em Roma)

Mas se a cidade tiver modificador:

Vou à Roma dos Césares

3) Nas locuções adverbiais - à direita, à esquerda, à força, à vontade, à mesa, etc.

Observe:

Sentar-se à mesa significa sentar-se ao redor dela.
Sentar-se na mesa signica sentar-se em cima dela.

O acento é opcional nas locuções adverbiais de meio ou instrumento: (Assunto polêmico entre os gramáticos)
Barco a (ou à) vela, Escrever a (ou à) mão, repelir o invasor a (ou à) bala. (A tendência é pelo uso da crase)

Deixa de ser optativo para evitar duplo sentido:

Feriu o rapaz a faca (a faca = sujeito) - seria a mesma coisa dizer: A faca feriu o rapaz
Feriu o rapaz à faca (à faca = adjunto adverbial de instrumento) - foi ferido com a faca

4) Nas locuções prepositivas - à espera de, à procura de, à frente de, etc.

Ficamos à frente do grupo.
Quando as locuções prepositivas à moda de ou à maneira de ficam subentendidas, ocorre a crase normalmente:

O mestre-sala vestia-se à Luís XV. (= à moda de Luís XV)

5) Nas locuções conjuntivas - à medida que, à proporção que, etc.

Progrediremos à medida que trabalharmos.

6) Na contração da preposição a com um dos pronomes demonstrativos a, aquele(s), aquela(s), aquilo.

Sempre dou conselhos àquele rapaz (a + aquele) - Quem dá, dá alguma coisa (conselhos) a alguém (aquele rapaz).

Não estou falando de todas as jovens; refiro-me à que você namora.

ATENÇÃO!! Para saber se o a é pronome demonstrtativo tente substituí-lo por aquele, aquela ou aquilo.

Não estou falando de todas as jovens; refiro-me àquela que você namora.
7) Com o pronome relativo A QUAL

Essa é a pessoa à qual fiz referência (Quem faz referência, faz referência a alguém) - a + a qual

Mas observe:

Essa é a pessoa a que fiz referência (O a desta frase é apenas preposição)

Com o pronome relativo que, para haver crase, deve existir o pronome demosntrativo antes.

Observe:

Essa caneta é igual à que perdi ontem (igual àquela que perdi ontem) - a + a(ou aquela) + que

Um método prático para detectar a presença da crase neste caso: trocar o antecedente por palavra masculina. Se o A virar AO, existe a crase.
Esse chapéu é igual ao que perdi ontem (a-prep. + o-pron. dem.)

Conheço a história a que se referem (sem crase)
Conheço o caso a que se referem (não apareceu ao)

8) Com a palavra HORA, quando indica o momento exato em que ocorre alguma coisa:

O trem chegou à estação às 18 horas.

9) Com a expressão à distância de, seja ela determinada, precisa ou não:

Achava-me à distância de cem metros do local do crime
Os bombeiros permaneceram à distância de 50 metros do incêndio
Paramos à distância de alguns metros do riacho

Não haverá a crase se o verbo não pedir a preposição:

Motoristas, matenham a distância de 20 metros entre os veículos.

Quando se trata da locução adverbial a distância (indeterminada), é opcional o uso da crase: (Muitos escritores ora acentuam, ora não acentuam. Não existe um consenso.)

"É necessário vê-los a distancia." (GRACILIANO RAMOS)
"Pedras de gamão estavam à distância." (GRACILIANO RAMOS)


CRASE FACULTATIVA

1) O uso do artigo fica facultado antes dos pronomes possessivos. Assim, se houver a preposição, a crase é facultativa.

Referiu-se a minha viagem ou
Referiu-se à minha viagem.
Observe que o verbo pronominal referir-se pede a preposição a e, com relação ao artigo, posso formar dois tipos de frase:

Minha viagem é hoje ou
A minha viagem é hoje.
Observe que posso ou não usar o artigo.
Mas antes de possessivos acompanhados de nome de parentesco, não se usa o sinal indicativo de crase:

Dei isto a sua mãe.

2) Antes de nome de mulher.

Observe também, neste caso, que podemos formar frases com ou sem o artigo + nome
de mulher.

Posso dizer:

Juliana é feia ou
A Juliana é feia.

Quanto à preposição, ela depende da regência.

Posso dizer:

Direi isso a Juliana ou
Direi isso à Juliana.

REGÊNCIA DO VERBO DIZER: Quem diz, diz alguma coisa (isso) a alguém (Juliana)
3) Antes da preposição ATÉ, mas podemos usar também a locução ATÉ A. Se a palavra que vier depois for feminina, pode haver a crase.

Irei até a chácara ou
Irei até à chácara. (Irei até os limites da chácara)

Se compararmos com uma palavra masculina:

Irei até o sítio ou
Irei até ao sítio. (Irei até as imediações do sítio)

Na maioria dos casos, deve-se utilizar sem crase. A crase só cabe pra evitar ambiguidades.
Os garimpeiros danificaram todo o rio até à nascente. [Sem o acento grave, poder-se-ia entender que os garimpeiros danificaram inclusive a nascente]

Até a = Indica inclusão.
Ate à = Indica limite, isto é, exclusão.

4) Antes destes nomes próprios de lugares: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia e Flandres.

Fui a (ou à) Europa o ano passado.


CASOS PROIBITIVOS

1) Antes de palavra masculina:

Ele gosta de andar a cavalo.

2) Antes de substantivo tomado em sentido genérico ou indeterminado:

Elisabete não vai a festa, a reunião, a parte alguma.

Observe, por exemplo, que não está sendo determinada festa alguma, portanto fica-se sem o artigo definido feminino. Neste caso, só exite a preposição.

3) Antes do artigo indefinido uma (Por quê? Deixe seu comentário aqui com sua resposta)
Dirigi-me a uma pessoa da platéia (Aqui só existe a preposição a exigida pelo verbo)

4) Diante da palavra casa no sentido de lar, domicílio, quando não acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva

Voltamos a casa tristes (vim de casa - não existe o artigo)

Acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva:

O filho pródigo voltou à casa paterna (vim da casa paterna - existe o artigo)

5) Antes da palavra terra quando antônima de bordo

Os tripulantes do navio ainda vieram a terra.

Fora desse caso:

Aves voavam rente à terra.

6) Antes de todos os pronomes que não admitem artigo (a maioria dos indefinidos e relativos e boa parte dos demonstrativos)

Não estou fazendo alusão a nenhuma das pessoas presentes.
Esta é a vida a que aspiramos.
Dei a esta moça o melhor presente.

7) Antes de verbo

Estamos dispostos a colaborar (não existe o artigo)

8) Diante de nomes próprios que não admitem o artigo

Rezamos a Nossa Senhora todos os dias.

9) Nas locuções formadas com a repetição da mesma palavra

Tomou o remédio gota a gota
Estavam frente a frente

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Na maioria dos casos, observe estes dois tópicos abaixo:

* Observe sempre a regência que ocorre na frase. Para que exista a possibilidade de ocorrência de crase, o termo regente (verbo ou nome) deve exigir a preposição a.

* Para que o artigo a ocorra, a palavra tem que ser feminina. Tente formar uma frase começando com ela e veja se o artigo aparece:

É um favor que peço à senhorita (Quem pede, pede alguma coisa a alguém e a palavra senhorita permite o artigo porque posso formar uma frase começando com aquela onde este aparecerá: A senhorita é linda!!)

Solicito a Vossa Senhoria o obséquio de anotar nosso endereço (Quem solicita, solicita alguma coisa a alguém, mas a frase não admite o artigo. Formando a frase: Vossa Senhoria está cansada?)

Para saber quais são os termos regentes que aceitam a preposição a, estude as regências nominal e verbal em regência.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 15 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 9 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 10 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 8 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 19 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 75 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 4 e 5 da prova da ESAF - ANA/2009
Questão 6 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)
Questão 5 da prova da (CESGRANRIO) CAIXA, MÉDIO, 2012



Você também pode se interessar pela formação das palavras.

domingo, 6 de abril de 2008

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

O processo de formação das palavras pode ser feito por:

Derivação
Composição
Hibridismo
Redução
Onomatopéia


Então, as palavras enriquecer e infelizmente teriam que processo de formação?

1. Derivação – É a formação de uma palavra nova, basicamente, pela junção de afixos a um radical. Pode acontecer das seguintes maneiras:

a) Prefixação – Consiste na junção de um prefixo a um radical.

Exemplos: desleal, compor, recolocar, pré-história.

b) Sufixação – Consiste na junção de sufixos ao radical.

Exemplos: livreiro, boiada, legalmente, jogador.

c) Parassintética – Consiste na junção de um prefixo e um sufixo ao radical, ao mesmo tempo, de forma que a nova palavra não exista sem um dos afixos.

Exemplos: alistar, anoitecer, submarino.

Nesta letra c, é importante observar que as palavras não existem apenas com um dos afixos. Note: Anoitecer, mas não, anoite ou noitecer.

Os vocábulos parassintéticos são quase sempre verbos e têm como base um substantivo ou um adjetivo. Veja:
amaciar (a + macio + ar) – não existe o verbo maciar nem o substantivo ou adjetivo amacio.

d) Regressiva – Consiste na troca da terminação verbal por uma vogal (a, e ou o), originando um substantivo abstrato. São substantivos chamados deverbais ou pós-verbais.

Exemplos: castigar >> castigo, realçar >> realce, amparar >> amparo

Agora, a palavra telefone e telégrafo não são substantivos deverbais, mas primitivos em relação aos seus respectivos verbos (telefonar e telegrafar). Isto porque se trata de substantivos concretos.
e) Imprópria – Ocorre com a mudança gramatical de uma palavra

Exemplo: O cantar dos pássaros (verbo convertido em substantivo)

2. Composição - É a formação de novas palavras por meio da junção de dois ou mais radicais. Elas podem ser por:

a) Justaposição – Os elementos da palavra composta conservam sua acentuação e forma inalterados.

Exemplos: guarda-chuva, couve-flor, passatempo.

b) Aglutinação – Pelo menos um dos elementos da composição tem a sua forma alterada, ou seja, perda de pelo menos um elemento fonético.

Exemplos: aguardente (água + ardente), embora (em + boa + hora), planalto (plano + alto)

3. Hibridismo – formação de uma palavra usando elementos originários de línguas diferentes.

Exemplos: monocultura (mono + cultura, grego e latim)
automóvel (auto + móvel, grego e latim)burocracia (buro + cracia, francês e grego)
4. Redução – É a utilização de parte de uma palavra no lugar da sua totalidade.

Exemplos: cine (por cinema)pneu (por pneumático)foto (por fotografia)

5. Onomatopéia – É a utilização de palavras que procuram imitar certos sons ou ruídos.

Exemplos: cascalhar (risadas), coaxar (rã), rufar (tambor, caixa), zunzum (motor)
DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL X DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA

Qual a diferença?

Na primeira, temos prefixo + radical + sufixo, sendo que pode existir prefixo + radical ou radical + sufixo. Por exemplo, na palavra infelizmente, temos:

IN + FELIZ + MENTE (prefixo + radical + sufixo)

E ainda podemos formar as palavras INFELIZ e FELIZMENTE.

Já, na segunda, temos prefixo + radical + sufixo, onde os afixos são colocados juntos para que a palavra exista. Por exemplo, na palavra enriquecer, temos:

EN + RICO + ECER (prefixo + radical + sufixo)

Notem que não é possível formar as palavras ENRICO e RIQUECER.

Portanto, respondendo a pergunta feita no início do texto:

Infelizmente (DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL)
Enriquecer (DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA)

Questões que tratam deste assunto:

Questão 16 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 12 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você também pode se interessar por paráfrase.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

PARÁFRASE

Paráfrase são frases parecidas. É a reescrita de um texto sem que haja perda de sentido. Para isso, vários recursos podem ser utilizados:

Emprego de sinônimos;
Emprego de antônimos apoiados em palavras negativas;
Mudança de ordem dos termos no período;
Omissão de termos facilmente subentendidos;
Mudança de voz verbal, entre outros.

O texto e suas possíveis paráfrases devem ser lidos com máxima atenção. Havendo mudança de sentido, a reescrita não pode ser considerada uma paráfrase. Observe:



TEXTO
“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo)

Reescrevendo:

a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet. (PARÁFRASE)
b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE)

c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a internet. (NÃO É PARÁFRASE)
Observe que nas letras a e b houve conservação do sentido do texto, ou seja, sua semântica foi mantida. Agora, na letra c, NÃO É A MENTE DE DEUS QUE ACESSA ... O texto diz que ELA É ACESSADA POR QUALQUER UM.

ATENÇÃO!!* Cuidado na mudança de posição dos termos da frase. Às vezes, estas mudanças causam alteração no sentido do texto.

Exemplo:
Encontrei determinadas pessoas naquela cidade. (determinadas pessoas = certas pessoas)

Encontrei pessoas determinadas naquela cidade. (pessoas determinadas = pessoas decididas)

No primeiro exemplo, determinadas é um pronome indefinido; no segundo, é um adjetivo.

* Cuidado também com a pontuação.

Exemplo:
A mulher bonita fez sucesso na festa. (Neste caso, o adjetivo bonita é uma característica da mulher. Trata-se de uma mulher sempre bonita, ou seja, no outro dia, vai continuar bonita.)

A mulher, bonita, fez sucesso na festa. (Neste caso, as vírgulas indicam que a mulher está bonita naquele momento, portanto, CUIDADO!!!!!!!!)

Questões que tratam deste assunto:

Questão 9 da prova do CESPE - TEC. SUPERIOR DETRAN/ES (2010)
Questão 6 e 7 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 7, 8 e 12 da prova da CESPE - EMBASA (2009)
Questão 9 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 22 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 05 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 15 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)

Você também pode se interessar por ortoépia e prosódia.