quarta-feira, 12 de outubro de 2016

ADJETIVO

O adjetivo, essencialmente, é um modificador do substantivo.
1 - Caracterizam os seres, os objetos e as noções nomeadas pelo substantivo, indicando-lhes:

a) uma qualidade (ou defeito):

Aquele homem bondoso precisa de ajuda.

b) o modo de ser:

Ela é uma pessoa simples.

c) o aspecto ou aprência:

"Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul." (Cecília Meireles)

d) o estado:

O velho touro fugiu da fazenda.

2 - Estabelecem com o substantivo uma relação de tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de procedência, etc. (ADJETIVO DE RELAÇÃO):

Nota mensal
Movimento estudantil
Casa paterna
Vinho português


NOME SUBSTANTIVO E NOME ADJETIVO

É muito estreita a relação entre o substantivo, termo determinado, e o adjetivo, termo determinante. Em muitos casos, a distinção entre essas classes de palavras só poderá ser feita na frase. Observem os exemplos:

Uma preta velha vendia laranjas
Uma velha preta vendia laranjas

Na primeira frase, preta é o substantivo por ser a palavra núcleo, caracterizada pelo adjetivo velha. Na segunda, acontece o inverso: velha é o substantivo e preta é o adjetivo pelo mesmo raciocínio da primeira frase.

SUBSTANTIVAÇÃO DO ADJETIVO

Sempre que o adjetivo for concebido com grande independência, com determinação, ele passará a ser a palavra núcleo, geralmente precedida do artigo, tornando-se substantivo. Dá-se, então, o que se chama de substantivação do adjetivo. Comparem-se os exemplos abaixo:

O céu cinzento indica chuva. (cinzento = adjetivo)
O cinzento do céu indica chuva. (cinzento = substantivo)

SUBSTITUTOS DO ADJETIVO

1. Palavras ou expressões de outra classe gramatical podem também servir para caracterizar o substantivo, ficando a ele subordinadas na frase. Desta forma, valem como verdadeiros adjetivos. Costuma-se, por exemplo, com tal finalidade:

a) associar ao substantivo principal outro substantivo em forma de aposto:

O tio Joaquim

b) empregar locuções formadas de:

PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO => barco a vela (= veleiro)
PREPOSIÇÃO + ADVÉRBIO => jornal de hoje (hodierno)

c) substituir o adjetivo por um substantivo abstrato, que passa a ter como complemento nominal o antigo substantivo nuclear. Comparem-se os exemplos:

Sofreu o destino cruel.
Sofreu a crueldade  do destino.

2. A caracterização do substantivo pode ser feita ainda por meio de uma oração:

a) desenvolvida (quando encabeçada por pronome relativo)

Susana, que não se sentia bem, estava de cama. (oração subordinada adjetiva explicativa desenvolvida)
Há homens que não acham nunca sua expressão. (oração subordinada adjetiva restritiva desenvolvida)

b) reduzida

Jorge via a dor andando no corpo, a febre queimando, o pai já apodrecia por dentro. (orações subordinadas adjetivas restritivas reduzidas de gerúndio)

MORFOLOGIA DOS ADJETIVOS

Quanto à formação, os adjetivos podem ser:

a) primitivos

Os que não derivam de outras palavras:
brando, claro, curto, grande, forte, bom, feliz, largo, liso, livre, triste, etc.

b) derivados

Os que derivam de substantivos ou verbos:
famoso, carnavalesco, amado, etc.

c) simples

Os que são formados de um só elemento:
brasileiro, escuro, azul, etc.

d) compostos

Os que são formados de mais de um elemento:
luso-brasileiro, castanho-escuro, etc.

ADJETIVOS PÁTRIOS

Entre os adjetivos, existem os que designam a nacionalidade, o lugar de origem de alguém ou de alguma coisa. São os adjetivos pátrios. Observem alguns exemplos:

Alagoas - alagoano
Portugal - português
Angola - angolano
Estados unidos - norte-americano, ianque

Existem também os adjetivos pátrios compostos. Quando queremos nos referir a mais de uma nacionalidade. Se, por exemplo, quisermos indicar uma civilização que é comum ao povo português e ao brasileiro, diremos: a civilização luso-brasileira.

anglo (=inglês) - anglo-americana
austro (=austríaco) - austro-húngaro

ADJETIVOS ERUDITOS

São adjetivos que significam "relativo a", "próprio de", "semelhante a", "da cor de" e equivalem a locuções adjetivas: torácico = do tórax, relativo ao tórax. Vejam mais alguns exemplos:

açúcar: sacarino
aluno: discente
aranha: aracnídeo


FLEXÕES DOS ADJETIVOS

Como os substantivos, os adjetivos podem se flexionar em gênero, número e grau.

GÊNERO

Quanto ao gênero, os adjetivos se dividem em:

Uniformes - Os que tem a mesma forma para o masculino e feminino. Geralmente, os terminados em -a, -e, -l, -ar, -or (apenas os comparativos), -z, -m e paroxítonos terminados em -s.
homicida, árabe, cearense, leal, ímpar, superior, reles, feliz, comum.

Biformes - Os que possuem duas formas: uma para o masculino e outra para o feminino.
bom - boa
formoso - formosa
lindo - linda

REGRAS PARA A FORMAÇÃO DO FEMININO


  • Os adjetivos biformes simples flexionam-se em gênero pelas mesmas regras de flexão dos substantivos: lindo, linda; japonês, japonesa; sonhador, sonhadora.
  • Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas no segundo elemento: sociedade luso-brasileira, festa cívico-religiosa, saia verde-escura.
  • Nos adjetivos terminados em -oso, muda-se a vogal tônica fechada em vogal aberta: bondoso (ô), bondosa (ó);gostoso (ô), gostosa (ó).


NÚMERO

O adjetivo toma a forma singular ou plural do substantivo que ele qualifica.
aluno estudioso, alunos estudiosos
perfume francês, perfumes franceses

PLURAL DOS ADJETIVOS SIMPLES

Os adjetivos simples seguem a mesma regra de flexão numérica dos substantivos.
gostoso, gostosos
igual, iguais
amável, amáveis

PLURAL DOS ADJETIVOS COMPOSTOS

Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento recebe a forma de plural.
consultórios médico-cirurgicos
institutos afro-asiáticos

Excetuam-se: 

a) surdo-mudo, que faz surdos-mudos.
b) os adjetivos referentes a cores, que são invariáveis quando o segundo elemento da composição é um substantivo: uniformes verde-oliva, saias azul-ferrete.


Obs:
1. Por concisão, frequentemente dizemos apenas: fitas violeta, ternos cinza, etc.
2. São também invariáveis os adjetivos ultravioleta, sem-par, sem-sal: raios ultravioleta, alegrias sem-par, anedotas sem-sal.

GRAU

O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.

GRAU COMPARATIVO

O grau comparativo pode ser de igualdade, superioridade e inferioridade. Observem o diagrama abaixo:



Note bem:

a) Pode-se dizer: Sou mais alto que (ou do que) você.

b) No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão: Rui é tão belo quanto (ou quão) inteligente.

c) Alguns adjetivos possuem, para  o comparativo de superioridade, formas sintéticas herdadas do latim. São eles:
bom - melhor
mau - pior
grande - maior
pequeno - menor
alto - superior
baixo - inferior

d) Excepcionlmente, usam-se as formas analíticas desses adjetivos quando se comparam duas qualidades do mesmo ser: Aquele menino é mais bom do que inteligente.

GRAU SUPERLATIVO

O superlativo expressa qualidades num grau  muito elevado ou em grau máxio. Pode ser absoluto ou sintético. Observem o diagrama abaixo:



Note bem:

a) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos ao adjetivo:
Procusto era um assaltante muito (ou extremamente) mau.

b) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas formas em bom número de adjetivos: uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou -érrimo:
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo

A forma popular é constituída do radical do adjetivo portugês + sufixo -íssimo:
altíssimo, pobríssimo

c) Segundo Cegalla, em vez dos superlativos normais seriíssimo, sumariíssimo, ordanariíssimo, preferem-se, na língua atual, as formas seríssimo, sumaríssimo, ordinaríssimo, sem o desagradável hiato i-í. Vale salientar que o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) só reconhece a palavra seriíssimo como correta. Sendo assim, este tópico seria um pouco controverso para cair em prova.
"...apresentara-se em trajes sumaríssimos, atentando contra o decoro." (Carlos Drummond de Andrade, Os Dias Lindos, p. 80)

SUPERLATIVOS ABSOLUTOS SINTÉTICOS ERUDITOS

Eis algun superlativos absolutos, quase todos exclusivos da língua culta:
acre, acérrimo
alto, supremo, sumo
feliz, felicíssimo
frágil, fragílimo
pequeno, mínimo
pessoal, personalíssimo

OUTRAS FORMAS DE SUPERLATIVO ABSOLUTO

Pode-se também superlativar a ideia contida no adjetivo:

a) por meio de certos prefixos: garota supersimpática, nave ultrarrápida

b) com a repetição do adjetivo: Ela era linda, linda! (= Ela era  lindíssima)

c) por meio de uma comparação: doce como mel

d) por meio de certas expressões da língua coloquial: podre de rico, linda de morrer, etc.

e) com a flexão diminutiva do adjetivo: A igreja ficou cheinha.

f) com a flexão aumentativa do adjetivo: boi grandão, moço bonitão

Questões que tratam deste assunto:

Questão 6 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)


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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

ADVÉRBIO

É um termo que modifica o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. O advérbio, como termo isolado, representa uma das 10 classes gramaticais das palavras. Já nas orações, o advérbio exerce a função sintática de adjunto adverbial. Vejamos alguns exemplos:

Você compreendeu-me mal. (A palavra mal acrescentou ao verbo compreender uma circuntância de modo)

Esta cidade é muito grande. (A palavra muito intensificou a qualidade contida no adjetivo grande)

Paulo jogou muito bem. (A palavra muito intensificou o sentido do advérbio bem)

Nos exemplos acima, as palavras citadas são advérbios.

O  advérbio é, fundamentalmente, um modificador do verbo, mas os de intensidade também podem modificar os adjetivos e advérvios.

Saliente-se ainda, segundo Celso Cunha, na sua nova gramática do português contemporâneo, que alguns advérbios modificam toda a oração:

Infelizmente, nem o médico lhes podia valer.

Neste caso, vêm destacado no início ou final da oração, separado por vírgula, representando uma pausa nítida.


CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS

Os advérbios recebem a denominação da circunstância ou de outra ideia acessória que expressam:

Advérbios de afirmação: sim, certamente, deveras, incontestavelmente, realmente, efetivamente, etc.

Advérbios de dúvida: talvez, quiçá, acaso, porventura, provavelmente, decerto, etc.

Advérbios de intensidade: assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase, tanto, tão, profundamente, ligeiramente, como, etc.

Advérbios de lugar: abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá, defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, acolá, algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), etc.

Advérbios de modo: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, alerta, melhor, pior, aliás, calmamente, livremente, propositadamente, apenas, debalde, etc.

Advérbios de negação: não, tampouco (também não).

Advérbios de tempo: agora, hoje, amanhã, depois, ontem, anteontem, já, sempre, amiúde (repetidas vezes), nunca, jamais, ainda, logo, antes, cedo, tarde, afinal, breve, outrora, etc.


ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS

Por se empregarem nas interrogações diretas e indiretas, os seguintes advérbios são chamados interrogativos:

a) de causa: por que?

Por que choras?
Não sei por que choras.

b) de lugar: onde?

Onde mora?
Indaguei onde morava.

c) de modo: como?

Como aprendeu?
Perguntei como aprendeu.

d) de tempo: quando?

Quando voltas?
Pergunto quando voltas.

LOCUÇÃO ADVERBIAL

Chama-se locução adverbial o conjunto de duas ou mais palavras que funcionam como advérbio. De regra, as locuções adverbiais formam-se da junção de uma preposição com um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. São elas: às claras, às cegas, à toa, às pressas, às vezes, de perto, sem dúvida, em silêncio e etc.

Fernanda sorriu em silêncio.

À semelhança dos advérbios, as locuções podem ser:

a) de afirmação (ou dúvida): com certeza, por certo, etc.

b) de intensidade: de muito, de pouco, etc.

c) de lugar: à direita, à esquerda, etc.

d) de modo: à toa, à vontade, etc.

e) de negação: de forma alguma, de modo nenhum, etc.

f) de tempo: à noite, à tarde, de dia, etc.

GRAUS DOS ADVÉRBIOS

Certos advérbios, como os de modo, são suscetíveis de gradação. Podem apresentar grau comparativo e superlativo como veremos a seguir:

COMPARATIVO DE...

a) IGUALDADE: tão longe, tão rapidamente como, tão depressa como, etc.
O filho andava tão depressa como o pai.

b) SUPERIORIDADE: 

b.1) Analítico: mais longe que, mais rapidamente que, mais depressa que, etc.
O filho andava mais depressa que o pai.

b.2) Sintético: melhor que, pior que, etc.
O filho jogava melhor que o pai.

c) INFERIORIDADE: menos longe que, menos rapidamente que, menos depressa que, etc.
O pai andava menos depressa que o filho.

SUPERLATIVO ABSOLUTO...

a) ANALÍTICO: muito longe, muito rapidamente, muito mal, etc.
Machado, o funcionário e diretor de repartição, muito mal se conhece.
O cavalo correu muito mal.

b) SINTÉTICO: longíssimo, rapidíssimo, otimamente, pessimamente, etc.
O cavalo correu pessimamente.


Na linguagem familiar, certos advérbios assumem forma diminutiva, mas com ideia de intensidade: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho (=muito devagar), etc.
Frequentemente, empregamos adjetivos como advérbios:
Ele falou claro (=claramente)
Ana tinha ido ao cinema, o que raro acontecia (=raramente)

OBS:
Quando numa frase dois ou mais advérbios em -mente modificam a mesma palavra, pode-se, pra tornar mais leve o enunciado, juntar o sufixo apenas ao último deles.
O aluno respondeu calma e respeitosamente.

PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS

De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, serão classificadas à parte certas palavras e locuções - outrora consideradas advérbios - que não se enquadram em nenhuma das 10 classes conhecidas. Essas palavras exprimem:
  • Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem. (Felizmente não me machuquei)
  • Designação ou indicação: eis. (Eis o anel que perdi. Ei-lo!)
  • Exclusão: exclusive, menos, exceto, sequer, etc. (Não me descontou sequer um real.)
  • Inclusão: inclusive, também, mesmo, etc. (Eu também vou.)
  • Limitação: só, apenas, somente, etc. (Só Deus é perfeito.)
  • Realce: cá, lá, só, é que, etc. (Eu cá me arranjo)
  • Retificação: aliás, ou melhor, isto é, etc. (Venha ao meio-dia, ou melhor, venha já.)
  • Explanação: isto é, a saber, por exemplo. (O elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.)
  • Situação: afinal, agora, então, mas. (Mas você fez isso, meu filho.)
Na análise, dir-se-á: palavra ou locução denotativa de exclusão, de inclusão, de realce, etc.

domingo, 16 de agosto de 2015

BEM-FEITO, BENFEITO ou BEM FEITO?

A língua portuguesa é muito rica e pode nos deixar, muitas vezes, com dúvidas. Esta, especialmente, sobre emprego do hífen, tiraremos aqui.

BEM-FEITO é adjetivo, derivado de bem-fazer e significa fazer com esmero.
"Faça seu trabalho bem-feito"

BENFEITO é substantivo, derivado de benfazer e significa fazer o bem, fazer caridade. O antônimo de malfeito e sinônimo de benefício, benfeitoria.
"O benfeito de Chico Xavier é de um valor sem-igual"

BEM FEITO será separado quando bem for advérbio e puder ser removido da frase sem prejuízo sintático.
"O serviço foi bem feito por Mariana" ou
"O serviço foi feito por Mariana"

BEM FEITO também pode ser usado como interjeição.
"Ela fez besteira e não viajou. Bem feito!"

Você também pode se interessar por conjunção.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

CONJUNÇÃO

Conjunções são vocábulos que relacionam duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração. Quando não há dependência entre as orações, diz-se que as conjunções são coordenativas: relacionam termos ou orações de mesma função sintática. Quando há dependência, ou seja, quando uma determina ou completa o sentido da outra, diz-se que elas são subordinativas.

As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.


CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

1. ADITIVAS
Servem para ligar dois termos ou duas orações de idêntica função. São conjunções aditivas: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Os livros não só instruem, mas também divertem.
Leonor voltou-se e desfaleceu.

2. ADVERSATIVAS
Ligam dois termos ou duas orações de igual função, acrescentando-lhes, porém, uma ideia de contraste, oposição. São conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.
O exército do rei parecia invencível, não obstante foi derrotado.
Apetece cantar, mas ninguém canta.

3. ALTERNATIVAS
Ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre. São conjunções alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, etc.
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
Ora lia, ora fingia ler para impressionar aos demais passageiros.

4. CONCLUSIVAS
Servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão. São conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
Nas duas frases a experiência é a mesma. Na primeira não instrui, logo prejudica.

5. EXPLICATIVAS
Ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida na primeira. São conjunções explicativas: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
Não solte balões, que podem causar incêndios.
Dorme cá, pois quero mostrar-lhe as minhas fazendas.


OBSERVAÇÃO:
A conjunção e pode apresentar-se com sentido adversativo:

Sofrem duras privações e [= mas] não se queixam.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.



CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

1. CAUSAIS
Introduzem orações que exprimem causa: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que, pois que, por isso que.
O tambor soa porque é oco.
Como as pernas trôpegas exigiam repouso, descia raro à cidade.

2. COMPARATIVAS
Introduzem orações que representam o segundo elemento de uma comparação: como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que  ou do  que, (tanto) quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como), (maior) que  ou do  que, (menor) que  ou do  que, (melhor) que  ou do  que, (pior) que  ou do  que, bem como, como se.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Mais do que as palavras, falavam os fatos.

3. CONCESSIVAS
Iniciam orações que exprimem um fato que  se concede, que se admite, em oposição a outro: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que , ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não), bem que.
Beba, nem que seja um pouco.
Nem que a matassem, confessava.

4. CONDICIONAIS
Iniciam orações que exprimem condição ou hipótese: se, caso, contatnto  que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que, dado que.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
- A entrevista ficou marcada para as quatro da tarde, caso você não prefira ir à noite.

5. CONFORMATIVAS
Indicam conformidade  de um fato com outro: como, conforme, segundo, consoante.
As coisas não são como (ou conforme) dizem.
Cada um tinha razão levando a vida consoante a criação da sua alma.

6. CONSECUTIVAS
Iniciam orações que exprimem consequência: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de  sorte que, de modo que, de forma que, de maneira  que, sem que, que (não).
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
Foi tão rápida a saída que jandira achou graça.

7. FINAIS
Iniciam orações que exprimem finalidade: para  que, a fim de que, que (= para que), porque.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se afendesse.
Não bastava a sua boa vontade para que tudo se arranjasse.

8. PROPORCIONAIS
Iniciam orações que exprimem proporcionalidade: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais...(tanto mais), quanto mais...(tanto menos), quanto menos...(tanto mais), quanto mais...(mais), (tanto)...quanto, enquanto, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais).
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão  tendo.
À medida que avançavam, iam penetrando no coração da trovoada.

9. TEMPORAIS
Introduzem orações que exprimem tempo: quando, enquanto, logo  que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, depois que, até que, agora  que, ao mesmo tempo  que, toda vez que, antes que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, que (desde que).
Desde  que o mundo existe, sempre houve guerras.
Sempre que posso, vou onde as recordações me chamam.

10. INTEGRANTES
Introduzem orações que funcionam como substantivos: que, se.
Pedi-lhe que me desculpasse. (Pedi-lhe desculpas)
Não sei, sequer, se me viste, não vou jurar que me vias..

Questões que tratam deste assunto:

Questão 12 da prova do CESPE - BANCO DO AMAZONAS SA (2010)
Questão 4 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 13 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 11 da prova do CESPE - INMETRO (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 33 e 39 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 4 e 6 da prova da FCC - TRT-SE (TEC.2010)
Questão 4 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 68 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 32 da prova da AOCP - DESENBAHIA (2009)
Questão 4 da prova da CONSULTEC - PGE/BA (2008)
Questão 13 e 17 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você também pode se interessar por elementos de coesão e coerência.

domingo, 2 de setembro de 2012

ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA


Um texto é um conjunto harmônico de elementos, associados entre si por processos de coordenação ou subordinação. No meio de toda essa harmonia, estão os conectores, que devem fazer, corretamente, a junção entre as orações dos períodos de um parágrafo. Estes conectores são chamados de elementos de coesão, responsáveis por tornar o texto (conjunto de parágrafos) inteligível. Se a ligação entre as partes deste texto não for bem-feita, o sentido lógico será prejudicado. Observem a frase a seguir: 

Joana estudou muito, mas passou.


Este período composto pelas orações: Joana estudou muito e Joana passou, não está coerente, pois o conectivo encontrado entre elas dá ideia de oposição, contrariedade, mas não foi isso que ocorreu. Para que haja coerência aqui, deveria se usar um conectivo com ideia de consequência, por exemplo: 

Joana estudou tanto que passou.

Como as partes do texto não estavam devidamente ligadas, diz-se que faltou coesão textual. Consequentemente, o trecho ficou sem coerência, ou seja, sem sentido lógico.

CONECTORES

Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo as que ainda virão, são elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamdos de referentes. Muita atenção, pois, com os conectores. Eis os mais importantes:


1) Pronomes pessoais retos ou oblíquos
Meu filho está na escola. Ele tem uma prova hoje.
Ele = meu filho (referente)
Carlos trouxe o memorando e o entregou ao chefe.
o = memorando (referente)

2) Pronomes possessivos
Pedro, chegou a sua maior oportunidade.
sua = Pedro (de Pedro)

3) Pronomes demonstrativos
a) O filho está demorando, e isso preocupa a mãe.
isso = O filho está demorando
b) Isto preocupa a mãe: o filho está demorando.
Isto = o filho está demorando

Parecidos, não é mesmo? A diferença é que isso (esse, esses, essa, essas) é usado para fazer referência ao que já foi dito no texto (ANÁFORA). Isto (este, estes, esta, estas) refere-se ao que ainda será dito no texto (CATÁFORA).

ANÁFORA = Elemento que se refere ao que já foi dito
CATÁFORA = Elemento que se refere ao que ainda será dito

c) O homem e a mulher estavam sorrindo. Aquele porque foi promovido; esta por ter recebido um presente.
Aquele = homem
esta = mulher

A palavra aquele refere-se ao termo mais afastado (homem), enquanto esta, ao mais próximo (mulher).


4) Pronomes indefinidos
Naquela época, os homens, as mulheres, as crianças, todos acreditavam na vitória.
todos = homens, mulheres, crianças

5) Pronomes relativos
Havia ali pessoas que me ajudavam
que = pessoas

6) Pronomes interrogativos
Quem será responsabilizado? O rapaz do almoxarifado por não ter conferido os materiais.
Quem = rapaz do almoxarifado

7) Substantivos
José e Helena chegaram de férias. Crianças ainda, não entendem o que aconteceu com o professor.
Crianças = José e Helena

8) Advérbios
A faculdade ensinou-o a viver. se tornou um homem.
Lá = faculdade

9) Preposições
As preposições não possuem referentes no texto. Simplesmente estabelecem vínculos.
Preciso de ajuda
Morreu de frio

Nas duas frases, a preposição liga um verbo a um substantivo. Na primeira, em que introduz um objeto indireto, ela é destituída de significado. Diz-se que tem apenas valor relacional. Na segunda, em que introduz um adjunto adverbial, ela possui valor semântico ou nocional, uma vez que a expressão que ela inicia tem um valor de causa.

10) Conjunções e locuções conjuntivas
É sumamente importante para a interpretação e a compreensão de textos o conhecimento das conjunções e locuções correspondentes.

Questões que tratam deste assunto:

Questão 12 da prova da FCC - TRT-MG (NÍVEL SUPERIOR 2009)
Questão 4 da prova da FCC - TRT-RS (TEC.JUD.2011)
Questão 36 da prova da AOCP - PREF. CAMAÇARI - BA (NÍVEL SUPERIOR - 2010)
Questão 22 da prova da FCC - TRT/MG (TÉCNICO/2009)
Questão 18 da prova da FCC - TRT/CE - (ANALISTA/2009)
Questão 10 da prova da FCC - TRT/MA (TEC.JUD.2009)
Questão 64 e 65 da prova da ESAF - ATA-MF/2009
Questão 20 da prova do CESPE - IBAMA (SUPERIOR 2009)

Você também pode se interessar por análise de orações.